Segundo ele, peso por eixo será substituído e tolerância, ampliada.
Norma de pesagem é revisada e caminhoneiro pagará menos, diz ministro
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta quinta-feira (21)
que o governo está finalizando a revisão da norma de pesagem para caminhões, com uma nova
metodologia. Uma das mudanças é a substituição do cálculo de peso por eixo por peso bruto, válido
para algumas categorias. A norma também deve ampliar a tolerância de peso das cargas. O objetivo,
segundo ele, é baratear os custos do transporte rodoviário de carga.
"Estamos revisando a
norma de pesagem, pra ela onerar menos o caminhoneiro, pra gente ter menos multa em função disso e
ser mais fácil. Então, acabando com o peso por eixo em veículos até 50 toneladas, aumentando a
tolerância nos veículos que vão carregar mais. Em breve, essa norma vai estar publicada", afirmou
durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro, transmitida nas redes sociais.
Freitas
também comentou a decisão do governo federal de eliminar a tarifa de importação de pneus para o
transporte de cargas. A medida foi definida nesta quarta-feira (20) pelo Comitê Executivo de Gestão
da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
"A partir do momento que a gente subtrai essa taxa, a
gente tem mais pneus importados, que vão competir e a tendência é forçar uma redução de preço. A
gente quer diminuir o custo do transporte".
Tarcísio Freitas também prometeu lançar "em
breve" documento de transporte eletrônico para caminhoneiros. A ideia é condensar, em um único
documento eletrônico, cerca de 15 a 20 outros atualmente exigidos pela legislação para motoristas de
carga.
Tabela do freteDurante a live, o ministro da Infraestrutura comentou sobre
a tabela do frete no transporte de cargas e voltou a criticar a modalidade. Para Tarcísio Freitas,
apesar de ter sido uma demanda dos próprios caminhoneiros, durante a greve de maio de 2018, o
mecanismo se mostrou prejudicial.
"Tabela de frete é uma coisa que, no final das contas,
gerou uma insegurança jurídica no setor de transporte. As empresas, com medo da responsabilização,
com medo de multas, acabaram adquirindo frotas e contratando frotistas. Então, a tabela afastou
trabalho dos caminhoneiros. A percepção de uma grande parcela desses caminhoneiros hoje é que a
tabela foi prejudicial".
Concessão de rodoviasOutro assunto abordado por Tarcísio
Freitas durante a live semanal do presidente foi o lançamento de novas licitações para a concessão
de rodovias federais. O ministro reconheceu que boa parte das privatizações não surtiram o efeito
desejado, com altas tarifas de pedágio e baixo retorno para os usuários. Ele prometeu uma nova
modelagem nos contratos.
"Não estamos satisfeitos com o pedágio. Por exemplo, nós tomamos uma
decisão de relicitar todas as concessões da primeira etapa. A gente podia, presidente, ter tomado um
caminho mais fácil, prorrogar os contratos. Só que eram contratos ruins, que têm tarifas altas e os
usuários não percebem o investimento chegando. Então nós modelamos novos contratos, que são mais
inteligentes, melhores pro investidor, que vão trazer realmente muito mais investimentos com menor
tarifa", afirmou.
Freitas citou o exemplo da rodovia Presidente Dutra (BR-116), a mais
movimentada do país, que liga as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Concedida à iniciativa
privada nos anos 1990, o contrato vence em fevereiro deste ano e o trecho será novamente leiloado,
com expectativa de redução de pedágio em até 35%.
De acordo com o ministro, esse novo
contrato incluirá também a rodovia Rio-Santos (BR-101), que deverá ser duplicada entre a capital
fluminense e Angra dos Reis. No caso da Dutra, estão previstos investimentos para implantar
iluminação de led e ampliar para quatro faixas o trecho de subida e descida na Serra das Araras,
considerado o mais perigoso na ligação entre as duas maiores cidades do país.
FONTE: Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil | IMAGEM: Reprodução Facebook/Jair Bolsonaro