As primeiras doses de vacina contra a covid-19, fornecidas pelo consórcio Covax
Facility, desembarcaram no final da tarde de ontem, 21, no Brasil. O avião, que saiu de Amsterdã, na
Holanda, com os imunizantes, pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos as 17h32 deste domingo.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, acompanhou a chegada da vacina a Guarulhos, junto com o
chanceler Ernesto Araújo.
As doses que chegaram são da vacina Oxford/AstraZeneca, fabricada
pelo SK Bioscience, da Coreia do Sul. Essa é a mesma vacina que está sendo fabricada em solo
brasileiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que teve aprovação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que
além de acelerar o combate à pandemia no Brasil, a iniciativa beneficia 190 países que fazem parte
da iniciativa. O Brasil é um dos poucos países que financiou o desenvolvimento de vacinas pelo
consórcio, além de receber as doses. A importância da Covax, além de reforçar a nossa campanha de
vacinação, é que o Brasil também está contribuindo para a imunização de países com menos recursos. É
um elemento de solidariedade e de contribuição para a comunidade internacional, disse o
chanceler.
O Ministério da Saúde informou que o primeiro lote de vacinas da Covax Facility
será distribuído aos estados e ao Distrito Federal de forma proporcional e igualitária nos próximos
dias de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. O governo federal já
viabilizou, até o momento, 30 milhões de doses [de vacina] aos estados e municípios. Até o final de
março, mais 15 milhões de doses serão disponibilizadas aos brasileiros. Isso já nos permite
imunizarmos cerca de 38% de todos os grupos prioritários com a primeira dose de vacina. Já somos a
quinta nação que mais vacina no mundo, disse o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton
Soligo.
Mais doses
A Covax Facility é uma aliança
internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem como principal objetivo acelerar o
desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a Covid-19. Trata-se de um consórcio internacional
com o objetivo de garantir acesso igualitário à imunização. A entrega dessas doses ao Brasil ficou
a cargo do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), mecanismo que há 35
anos auxilia os países da região a promover o acesso a vacinas.
A entrega é parte de uma
primeira fase de distribuição de doses da OMS para o Brasil. O país recebeu ontem 1.022.400 de doses
desse imunizante. Segundo o Ministério da Saúde, até o final deste mês de março serão entregues mais
1,9 milhão de doses do mesmo fabricante por meio dessa aliança global, que conta com a participação
de mais de 150 países.
Até maio, segundo o ministério, serão entregues um total de 9,1
milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. De acordo com o contrato de adesão do Brasil à
iniciativa, firmado em 25 de setembro de 2020, o país terá acesso a um total de 42,5 milhões de
doses de vacinas contra a covid-19.
Covax
O
mecanismo Covax é um esforço global da Coalização para Promoção de Inovações em prol da Preparação
para Epidemiais (Cepi), da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), da OMS e da Opas.
Este é um grande passo para conseguirmos
salvar vidas, deter a propagação da covid-19 e voltarmos ao novo normal. Continuaremos a trabalhar
dia e noite, em conjunto com as autoridades de saúde do Brasil e entes parceiros, para viabilizar a
chegada de mais vacinas e ajudar em tudo o que diz respeito à vacinação e ao fortalecimento das
medidas de saúde pública, de modo a enfrentarmos todos juntos a covid-19. Se cada um fizer a sua
parte, sairemos mais rápido e mais fortes desta pandemia, disse Socorro Gross, representante da
Opas e da OMS no Brasil, por meio de um comunicado à imprensa.
Matéria atualizada às 21h32 de ontem, 21, para acréscimo de informação.
Fonte: FONTE: Elaine Patricia Cruz/Agência Brasil | FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil