A tecnologia do 5G estará disponível em todas capitais brasileiras até julho de
2022. O edital para o leilão do 5G foi aprovado ontem (25) pelo Conselho Diretor da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel), que também decidiu pela obrigatoriedade da adoção imediata do padrão
em formato standalone, o que demanda a implantação de uma rede independente do atual 4G. O edital
agora será encaminhado para análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
Essa tecnologia
permite o tráfego de dados até 100 vezes mais rápido que o padrão de quarta geração (4G), por
utilizar um espectro de rádio mais abrangente, o que permite que mais aparelhos móveis se conectem
simultaneamente, com mais estabilidade do que as redes atuais.
Além disso, a tecnologia
favorece a uso de ferramentas inteligentes, interconexão de equipamentos e máquinas em tempo real e
da chamada chamada Internet das Coisas (IoT).
A tecnologia do 5G é um catalizador de novas
tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e realidade mista, disse hoje (26) o
presidente da Anatel, Leonardo de Morais, durante entrevista coletiva para falar sobre a aprovação
do edital. É um guarda-chuva que potencializa e envolve varias outras tecnologias,
acrescentou.
A expectativa é que o TCU conclua a análise do edital até o fim do primeiro
semestre. O edital aprovado prevê a licitação de radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz,
3,5 GHz e 26 GHz. Segundo a Anatel, a liberação dessas frequências vai proporcionar maior volume de
recursos de espectro para que as prestadoras possam expandir suas redes.
A proposta também
estabelece obrigações de cobertura para as operadoras que arrematarem os blocos, entre as quais
estão a necessidade de investimentos para oferecer a tecnologia 4G ou superior e também backhaul
(redes de acesso) em áreas sem ou com pouca cobertura do serviço.
Em municípios com mais de
500 mil habitantes, o prazo limite para implantar o 5G é julho de 2025, nos que têm mais de 200 mil,
julho de 2026 e, naqueles com população acima de 100 mil, em julho de 2027.
A previsão é que
60% dos municípios com menos de 30 mil habitantes estejam atendidos até dezembro de 2027, meta que
sobe para 90% até dezembro de 2028 e 100% até dezembro de 2029.
A Anatel também
determinou que a faixa de 6 gigahertz (GHz)
seja
totalmente usada para a melhoria dos equipamentos de internet de banda larga sem fio Wi-Fi no
Brasil, o chamado Wi-Fi 6E.
Além disso, as operadoras que arrematarem capacidade na faixa de
3,5 GHz, a chamada faixa de ouro do 5G, também serão responsáveis pela migração da TV aberta via
satélite (parabólica), que atualmente ocupa a mesma frequência. Pelo edital, as famílias que fazem
parte do Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal terão direito à troca gratuita do equipamento
de TV parabólica por outro que não será afetado com interferências no sinal.
O edital também
contempla recursos para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na Região Norte
(Programa Amazônia Integrada e Sustentável Pais). A previsão é sejam implantados 13 mil
quilômetros de cabos de fibra óptica nos leitos dos rios da Região Norte.
Outro ponto
definido é a construção de uma rede 5G privativa da administração federal, que vai possibilitar o
tráfego seguro de informações. A proposta determina que a rede vai ter duas frentes: uma rede fixa
de fibra óptica ligando todos os órgãos da União e uma rede móvel apenas no Distrito Federal para
atividades de segurança pública, defesa, serviços de emergência e resposta a desastres.
Isso
está sendo feito em vários países. Os Estados Unidos estão fazendo, a Finlândia está fazendo. Isso
está sendo muito comum, e os países estão fazendo essas redes, afirmou o ministro das Comunicações,
Fabio Faria.
Fonte: FONTE: Luciano Nascimento/Agência Brasil | FOTO: Marcello Casal Jr./Agência Brasil