Quando a antiga Sadia abriu vagas para implantação de granjas de ovos, o empresário Venilton Antonio Coletti foi um dos primeiros a se mobilizar para iniciar na atividade. Ele e um sócio construíram os primeiros seis aviários de Salto do Lontra, ainda em 2006. Hoje, o município é o terceiro que mais produz ovos na região, segundo o Deral, da Seab.

A produção dos chamados ovos galados - aqueles que estão fecundados e vão para o incubatório até o nascimento dos pintinhos - representa 18,5% de tudo que o município produz no interior. Em 2019, o valor bruto da produção de ovos galados chegou a R$ 71 milhões.

“Somente do nosso núcleo saem cerca de 11 milhões de ovos por ano”, detalha Coletti. “É uma produção que parece grande, mas que tem um investimento alto, com retorno a longo prazo e que precisa ter muita gestão: controlar indicadores, obedecer normas sanitárias rigorosas, reduzir custos e se adaptar às exigências do cliente”, completa.


Salto do Lontra tem, hoje, cerca de 80 aviários de galinhas poedeiras, distribuídos em mais de 20 núcleos. Vem daí boa parte da geração de empregos do município, pois cada núcleo precisa ter até 50 funcionários, dependendo do tamanho e grau de automatização. Aliás, de 2006 pra cá os empreendimentos passaram a ter cada vez mais tecnologia: quase todos os ovos são coletados mecanicamente e conduzidos por uma esteira até a área de embandejamento, onde são lavados, classificados e embalados com as tarefas divididas entre robôs e funcionários.

A mão de obra em um aviário de ponta resume-se à parte do manejo e limpeza, já que a alimentação e controle de temperatura também são automatizados. O custo de um núcleo assim é de cerca de R$ 7 milhões.

O produtor Clóvis Pozzo foi investindo aos poucos e hoje tem três núcleos de aviários no município. A estabilidade da atividade é um dos atrativos, apesar do alto custo de implantação. “É um negócio mais estável que outras atividades agropecuárias e que tem uma demanda específica, mas é suprida dentro da própria região, no modelo de integração”, diz. Em seus aviários são produzidos cerca de 100 mil ovos por dia, que são levados ao incubatório da BRF para serem chocados artificialmente. Os pintinhos são levados para aviários de corte.

Criação
Nos aviários mais modernos de galinhas poedeiras, a climatização é artificial e há uma proporção de cerca de 11% de machos. Para a postura, as aves se encaminham para uma espécie de ninho, onde os ovos são coletados mecanicamente. Outros aviários funcionam de forma semelhante, mas com algumas diferenças para priorizar o bem-estar animal, como a ventilação natural, entrada de luz solar e disposição vertical dos ninhos, com coleta manual. As galinhas têm um ciclo de produção média de dez meses.


Fonte: FONTE | FOTO: Redação - Jornal de Beltrão