A produção industrial paranaense fechou dezembro de 2020 com crescimento de
2,8% em relação a novembro, oitavo mês consecutivo com resultado positivo, superando a queda do
período mais restritivo da pandemia do novo coronavírus. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal
(PIM), divulgada nesta terça-feira, 09, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O valor é superior ao resultado do Brasil, que teve crescimento médio de 0,9% em
dezembro. Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, 11 tiveram saldo positivo no último mês de 2020,
sendo que o Paraná se saiu melhor que os outros estados do Sul. A indústria de Santa Catarina
cresceu 2,4% e a do Rio Grande do Sul 1,2% naquele mês.
A recuperação da indústria
paranaense iniciou em maio, depois de dois meses de queda, e não parou desde então. Houve
crescimento em janeiro (2%), fevereiro (1,9%), maio (21,2%), junho (4,7%), julho (3,2%), agosto
(2,8%), setembro (9,5%), outubro (3,5%), novembro (1,2%) e dezembro (2,8%). Março e abril, meses
subsequentes à chegada da Covid-19, registraram perdas. Apenas Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Minas Gerais acompanham o Paraná com dez meses de crescimento em 2020.
Os seguidos
índices positivos, porém, não foram suficientes para fechar 2020 com crescimento em relação a 2019,
ano em que o Paraná foi destaque nacional, com a maior evolução do País. No acumulado do ano, a
produção industrial teve queda de 2,6%. Já na comparação com dezembro de 2019 o salto foi grande,
com alta de 18,7%, segundo melhor resultado do País, atrás apenas do Rio Grande do Sul (19,7%).
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que houve 17 meses de crescimento na
indústria do Paraná nos últimos dois anos. É uma recuperação, demonstra a força desse setor. Temos
um compromisso de trazer mais investimentos, mais empresas. E também estamos colaborando com
financiamentos, com crédito, com o fortalecimento das cadeias produtivas, disse. É uma organização
que tem gerado empregos, receita, renda e crescimento.
VARIAÇÃO MENSAL - No recorte
mensal, que compara os meses de 2020 com os mesmos períodos de 2019, dezembro registrou o maior
salto do ano passado no Paraná, com 18,9%. A análise do IBGE indica que a atividade sentiu mais o
peso da crise no segundo trimestre, voltando a crescer no fim do ano. Houve variação positiva em
janeiro (2,6%), fevereiro (3,5%), março (1,5%), setembro (3,1%), outubro (4,8%) e novembro
(13,7%).
O movimento foi impulsionado pela recuperação da indústria pesada e o setor
ampliado de máquinas e equipamentos. As indústrias alimentícias também ajudaram a compor o
crescimento do mês. O Paraná ficou em primeiro lugar no País no recorte de produtos de metal,
minerais não metálicos, madeira, móveis e alimentos.
O crescimento de 18,9% em dezembro
foi resultado de aumentos em máquinas e equipamentos (84,9%), produtos de metal, exceto máquinas e
equipamentos (74,7%), produtos minerais não-metálicos (43,2%), máquinas e aparelhos elétricos
(41,4%), produtos de madeira (23,6%), produtos de borracha e material plástico (20,7%), móveis
(20,1%), indústria de transformação (18,9%) e produtos alimentícios (8,9%).
ACUMULADO DO
ANO - O acumulado de 2020 ainda aponta recuo da indústria (-2,6%), mas já indica recuperação de
parte das perdas em maio essa diferença era de -8,9% e em julho de -8,7%, por exemplo. Os números
indicam que investimentos mais robustos ficaram reservados para o terço final do ano passado, com a
retomada da confiança dos investidores. Apenas Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará tiveram
índices melhores e, no geral, o resultado paranaense foi bem superior ao do País em quase todos os
setores.
O índice sofre impacto direto das baixas na indústria de máquinas e equipamentos
(-18,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-32,2%), produtos químicos (-8,1%) e
indústria da transformação (-2,6%).
Na outra ponta, estimulada pelo consumo e pelas
políticas sociais adotadas durante a pandemia, houve crescimento nas vendas de produtos para o dia a
dia, como alimentos (9,3%), bebidas (4,6%) e móveis (6,3%), além de plantas de metal (14,3%),
minerais não-metálicos (8,1%), borracha e material plástico (3,8%) e papel e celulose (0,6%).
NACIONAL - Onze dos 15 locais pesquisados tiveram aumento na produção industrial de novembro
para dezembro. A média nacional foi de 0,9%. Segundo o IBGE, as taxas positivas refletiram a
ampliação do retorno à produção, após paralisações/interrupções causadas pela pandemia da Covid-19.
Frente a igual mês do ano anterior, a produção industrial cresceu 8,2%, com treze dos quinze locais
pesquisados apontando resultados positivos.
EMPREGOS NA INDÚSTRIA - Além da recuperação
continuada, a indústria paranaense registrou saldo positivo nos empregos em 2020. Segundo o Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, foram 25.880 empregos na
indústria de transformação, o que foi fundamental para o resultado estadual de 52.670 novas
vagas.
Box
Como os setores encerraram o ano no Estado (comparativo com
2019)
Indústria da transformação: -2,6%
Fabricação de produtos alimentícios:
9,3%
Fabricação de bebidas: 4,6%
Fabricação de produtos de madeira: 1,8%
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel: 0,6%
Fabricação de coque, de
produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis: 7,6%
Fabricação de outros produtos
químicos: -8,1%
Fabricação de produtos de borracha e de material plástico: 3,8%
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos: 8,1%
Fabricação de produtos de metal,
exceto máquinas e equipamentos: 14,3%
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais
elétricos: 8%
Fabricação de máquinas e equipamentos: -18,2%
Fabricação de
veículos automotores, reboques e carrocerias: -32,2%
Fabricação de móveis: 6,3%
Como os setores encerraram o ano no País (comparativo com 2019)
Indústria da
transformação: -4,6%
Fabricação de produtos alimentícios: 4,2%
Fabricação de
bebidas: -0,2%
Fabricação de produtos de madeira: -0,5%
Fabricação de
celulose, papel e produtos de papel: 1,3%
Fabricação de coque, de produtos derivados do
petróleo e de biocombustíveis: 4,4%
Fabricação de outros produtos químicos: -0,5%
Fabricação de produtos de borracha e de material plástico: -2,5%
Fabricação de
produtos de minerais não-metálicos: -2,3%
Fabricação de produtos de metal, exceto
máquinas e equipamentos: -0,2%
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos:
-2,6%
Fabricação de máquinas e equipamentos: -4,2%
Fabricação de veículos
automotores, reboques e carrocerias: -28,1%
Fabricação de móveis: -3,8%.
Fonte: FONTE: Agência Estadual de Notícias do Paraná | FOTO: Geraldo Bubniak/AEN