A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou um novo
bioinseticida que, segundo a empresa, combate pragas que atacam as lavouras de soja, milho e algodão
sem colocar em risco a saúde de trabalhadores que manipulam o produto. O bioinseticida não
representa risco também para o meio ambiente, nem para os demais insetos, garante a
Embrapa.
Denominado comercialmente como Acera, o novo pesticida é indicado para o controle de
pragas como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), e a falsa-medideira (Chrysodeixis
includens). Ele é formado a partir de duas cepas da bactéria chamada Bacillus thuringiensis (Bt),
que produzem proteínas com propriedades tóxicas específicas para insetos, que são inofensivas para
humanos e outros vertebrados.
Diferentemente de pesticidas químicos, [o Acera] é inócuo para
o meio ambiente. O produto deve ser pulverizado sobre as folhas, e, ao comê-las, as lagartas são
afetadas pela ação dessas proteínas, informou por meio de nota a Embrapa.
De acordo com a
Embrapa, que desenvolveu o pesticida por meio de uma parceria com a empresa Ballagro, a grande
vantagem desse produto biológico é o fato de ele não afetar o meio ambiente, não intoxica
aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas, além de não poluir rios e
nascentes.
O Acera foi registrado para o controle dessas duas espécies de lagarta e poderá
ser usado em culturas como soja, milho, algodão e diversas outras, explicou o pesquisador da
Embrapa Fernando Hercos Valicente, desenvolvedor e responsável pela tecnologia na
Empresa.
Segundo Valicente, anualmente, por diversas razões, há um aumento da resistência das
principais pragas controladas por cultivares transgênicas. Consequentemente, ocorre a ampliação
do uso do controle químico em complemento aos transgênicos, na tentativa de reduzir perdas na
produção agrícola. Tudo isso acarreta prejuízos econômicos, sociais e ambientais expressivos.
Fonte: FONTE: Pedro Peduzzi - Agência Brasil | FOTO: CNA/Wenderson Araujo/Trilux