O tempo fechado e as chuvas constantes das últimas semanas podem ter
comprometido parte da produção de soja nesta safra. A instabilidade do tempo atrasou a aplicação de
fungicidas e inseticidas tornando as plantas mais suscetíveis a doenças e pragas e há produtores
do Estado relatando abortamento de vagens e grãos passando do ponto e brotando.
A
previsão é de que a chuva continue ao longo da semana, o que pode agravar algumas perdas, tanto em
áreas em desenvolvimento como nas já dessecadas. Na região, outra preocupação é o transbordo de
alguns rios para áreas de lavoura e o atraso da colheita, que pode estender o plantio do milho
safrinha.
Em alguns dias, as primeiras lavouras de soja estarão no período de colheita,
mas devido à chuva esse processo pode ser atrasado. Isso vai postergar o plantio do milho safrinha e
aí há o risco do milho pegar geada, explica o produtor Sebaldo Waclawovsky, presidente da Coagro,
de Capanema.
Sebaldo observa que a chuva foi primordial para o desenvolvimento das
plantas e dos grãos, principalmente porque as precipitações continuaram abaixo da média no último
trimestre de 2020, mas o excesso de água em janeiro está ameaçando a produtividade.
A chuva fortaleceu o pé, mas as vagens mais debaixo das plantas estão mofando, enquanto que as
das ponteiras encheram bem de grãos. No final das contas, acho que um vai compensar o outro, mas
algumas áreas devem ser mais afetadas, diz Sebaldo, que espera uma produtividade boa em suas
lavouras próximo de 80 sacas por hectare.
No Sudoeste, foram plantados 602 mil hectares
de soja nesta safra. O preço ajudou a tornar esta a principal cultura nas lavouras da região, mas
quase metade da produção estimada foi contratada antecipadamente. Por enquanto, não há nem como
medir o impacto das chuvas na produção, visto que chove todos os dias e a colheita ainda não
começou.
Foto/Legenda: Áreas com soja já dessecada e com plantas em desenvolvimento estão
sendo afetadas.
Fonte: FONTE: Leandro Czerniaski - Jornal de Beltrão