Com cuidados de prevenção ao novo coronavírus, nesta semana foi realizada sessão de julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Salto do Lontra. Sentou no banco dos réus o casal Marli Cavalheiro Risso e Laudecir Aguiar, acusados de matar e ocultar os cadáveres de três filhos recém-nascidos nos anos de 2010, 2013 e 2016. A acusação foi por homicídio qualificado — motivo torpe e meio cruel (asfixia).
Em 2017, Marli ficou presa 32 dias. Ela foi detida no dia 02 de janeiro quando confessou ter matado, por asfixia, um menino (em dezembro de 2016). A criança foi encontrada pela polícia em um dos cômodos da casa da família, no Bairro Itaipu, em Salto do Lontra. O parto foi em um hospital de Santa Izabel do Oeste. Depois disso, a polícia iniciou investigações e descobriu outros dois possíveis crimes idênticos. Um em dezembro de 2010, quando Marli teve um menino na Policlínica de Nova Prata do Iguaçu, e outro em setembro de 2013, em que deu à luz a uma menina no Hospital Nossa Senhora de Fátima, de Salto do Lontra.
Os corpos das crianças teriam sido jogados em uma fossa nos fundos do terreno da casa onde o casal residia, no Bairro Itaipu. A polícia, com auxílio de bombeiros e peritos, escavou o local, mas não encontrou indícios dos corpos na época.
Há aproximadamente 2 anos Marli e Laudecir tiveram outro filho e o Juízo da Infância aplicou medida de proteção de acolhimento institucional da criança.
No julgamento desta semana Marli foi condenada a 63 anos e 8 meses de reclusão e Laudecir a 48 anos e 4 meses de reclusão, ambos em regime inicial fechado. Os réus não poderão recorrer em liberdade.
Atuou na acusação a representante do Ministério Público, Promotora Vanessa Pinto Maia de Medeiros.
Na defesa atuou o advogado Otávio Augusto Inácio Massignan.
O Júri foi presidido pelo Juiz de Direito da Comarca de Salto do Lontra, Dr. Diego Gustavo Pereira.