O governador Ratinho Jr. (PSD) investiu R$ 1,4 milhão de dinheiro público em suas próprias empresas no primeiro semestre de 2019. A verba foi repassada para exibição de propaganda governamental nas emissoras da Rede Massa, ligada ao SBT. O repasse não é ilegal.
A TV Iguaçu, maior emissora da rede, com sede em Curitiba, foi o terceiro veículo individual que recebeu mais verbas publicitárias da gestão de Ratinho entre janeiro e junho. Ficou atrás apenas da RPC e da RIC. Os dados foram publicados nesta semana pelo Livre.Jor, que obteve os dados via Lei de Acesso à Informação.
Pelo menos três emissoras da família no interior também receberam verbas publicitárias: TV Tibagi, TV Naipi e TV Cidade. Há ainda R$ 33 mil que constam como repasse ao Sistema Massa de Comunicação.
No total, o governo Ratinho Jr. gastou R$ 28 milhões em propaganda no primeiro semestre, num total de R$ 155 mil diários. Além da Secretaria de Comunicação, que divulga ações da administração direta, Copel, Sanepar e Detran estiveram entre os maiores anunciantes.
Desde 2012, quando Ratinho Jr. pela primeira vez foi candidato a um cargo no Executivo (na época, a prefeitura de Curitiba), questionava-se como ele lidaria com o fato de sua família ser proprietária de uma série de empresas. Mesmo antes das eleições, ele jamais negou que pretendia fazer contratos entre suas empresas e o governo, caso não fossem ilegais.
Neste ano, depois da chegada ao Palácio Iguaçu, a oposição se preocupou com a questão das verbas publicitárias. O deputado Requião Filho (MDB) protocolou um projeto de lei que tornaria ilegais esses repasses. O projeto está perdido em algum fundo de gaveta da CCJ. Não anda por pressão do governo, reclama o deputado.
Questionado, o governo afirma que gastou menos do que gestões anteriores. No primeiro semestre, o valor investido em publicidade representaria uma diminuição de 55% na comparação com 2018.
O secretário de Comunicação, Hudson Jopsé, também ressalta que não há ilegalidade e que a TV Iguaçu recebeu verbas proporcionais á sua audiência. O critério de contratação da mídia é técnico, usando como critério o share dos veículos. a participação da Rede Massa na programação de mídia é proporção à sua participação de audiência, disse o secretário.
Sobre o projeto de Requião, Hudson José disse que a atual legislação, de 2010, já estabelece as hipóteses de vedações nas contratações.
PAGAMENTOS
TV Iguaçu (Curitiba) R$ 759.815,54
TV Cidade (Londrina) R$ 254.536,24
Tibagi (Apucarana/Maringá) R$ 221.099,48
TV Naipi (Foz do Iguaçu) R$ 212.135,51
Sistema Massa de Comunicação R$ 33.540,92
Fonte: FONTE: Plural