Esta semana a proposta de reabertura da Estrada do Colono deu mais um passo importante: o senador Elmano Férrer ofereceu parecer favorável ao projeto de lei que cria a estrada-parque Caminho do Colono. O parecer do relator segue agora para a Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado.
“Esse projeto vem tramitando no Congresso Nacional desde 2013”, explicou o deputado federal Vermelho, autor de um projeto que tramita com celeridade na Câmara e já teve parecer favorável na Comissão de Viação e Transportes.
“Nós entramos em contato com o senador Álvaro Dias, que também defende essa proposta, e ele prontamente desengavetou esse projeto que dormia nas prateleiras do Senado. Álvaro conseguiu assinatura de 27 senadores para desarquivar o projeto. O parecer do senador Elmano Férrer é mais um passo importante para atender os anseios das regiões Oeste e Sudoeste, que clamam por essa estrada”, afirmou Vermelho.
“Trabalhamos em uma via de mão dupla: nosso projeto na Câmara dos Deputados, que tramita a passos largos e tem apoio do presidente Bolsonaro, da Ratinho Júnior, do MPE e MPF e, outro, no Senado da República”, frisou.
Vermelho disse que não importa a “paternidade” desse ou daquele projeto. “Vamos trabalhar com as duas vertentes para acelerar o projeto. Estamos irmanados com o Álvaro Dias pela reabertura dessa estrada que que tem um significado extraordinário para o povo do Paraná”, pontua o deputado.

“A reabertura da Estrada do Colono é um impasse que durante mais de 25 anos. Eu ainda era governador quando surgiu o projeto de uma estrada-parque moderna, semelhante às existentes em países avançados do mundo e que se preocupam com a preservação ambiental”, comentou o senador Álvaro Dias.
“Seria uma estrada preservacionista e não depredadora com ondulações sonorizadas, grades protetoras, guaritas para fiscalização, passagens subterrâneas para os animais, enfim, uma estrada moderna, que iria estimular a população a cuidar melhor do Parque Nacional do Iguaçu”, acrescentou o senador.

Em seu parecer, o senador Elmano destaca que a criação de uma Estrada-Parque, no antigo leito da Estrada do Colono, poderia aumentar a proteção e a vigilância no interior do Parque e diminuir o seu isolamento, uma vez que aumentaria o acesso de visitantes e de moradores da região às riquezas do Parque, estabelecendo um “grupo de defensores voluntários” dos recursos naturais.
Outro ponto em destaque no relatório é a expansão das áreas abertas à visitação pública no PNI, já que atualmente o uso público se restringe à área das Cataratas do Iguaçu. “A reabertura da estrada harmoniza-se com a atual situação das áreas protegidas localizadas no país vizinho, a Argentina. A abertura da Estrada do Colono fomentaria o ecoturismo nessa região do Paraná”.


A Estrada do Colono existia muito tempo antes de ser criado o Parque Nacional do Iguaçu, tanto que, em 1924, a Coluna Prestes passou por uma trilha primitiva, que se transformaria na Estrada do Colono. Essa estrada, serviu para que levas de colonizadores viessem ao sul do País e a passagem do rio era feita com canoas.
Documentos localizados pelos historiadores Antônio Marcos Myskiw e Jaci Poli, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), comprovam a existência de caminhos indígenas que ligavam as Reduções Jesuíticas do Guairá às Reduções do Tape. Para isso, era necessário atravessar o Estado do Paraná por terra onde, hoje, está localizado do Parque Nacional do Iguaçu.
A Coluna Prestes, mobilizada pela insatisfação com o Governo republicano em meados da década de 1920, também passou pelo Caminho do Colono e os soldados reabriram uma antiga picada em janeiro de 1925.
O Caminho do Colono, primeiramente foi considerado um caminho primitivo, utilizado por índios guaranis, jesuítas, espanhóis e portugueses. Há provas da utilização por comitiva que participou da demarcação da fronteira Brasil-Argentina até o ano de 1924.
De 1954 a 1986, o caminho foi incluído no Mapa Viário do Estado do Paraná, tendo em vista o aumento da circulação de moradores e visitantes da região. O caminho foi utilizado durante anos pelas comunidades da região Oeste e Sudoeste do Paraná, até ser fechada com base em argumentos que deixaram de lado a importância histórica do caminho. (texto extraído do trabalho dos professores José Pedro Cornelli e André Paulo Castanha).

Fonte: FONTE: Assessoria