Desde a criação da Unidade Hospitalar Veterinária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza, em 2014, a administração do local já previa a cobrança pelos atendimentos veterinários prestados. A partir do dia 3 de junho, isso começa a ser implantado, o que irá contribuir para custear as despesas e ampliar a prestação de serviços.

Os valores dos procedimentos foram baseados considerando: tempo de serviço, complexidade, qualificação, equipamentos, insumos e manutenção. O preço final de cada serviço também considera o valor cobrado por outros Hospitais Veterinários de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) - como a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade Federal do Mato Grosso - e de clínicas veterinárias da região Sudoeste e Oeste do Paraná.

De acordo com o superintendente do local, professor Gentil Ferreira Gonçalves, a UFFS arca com todas as despesas da SUHVU, porém isso limita a capacidade de atendimento. “Não há, no Brasil, um ‘Sistema Único de Saúde Veterinário’, que seria semelhante ao SUS para humanos, o que limita a captação de recursos. Essa falta de recurso compromete nossa capacidade de funcionamento, reposição de materiais e manutenção de equipamentos. Os hospitais veterinários no país adotam o sistema de cobrança para garantir atendimento, a Unidade Hospitalar Veterinária da UFFS será mais uma dessas instituições”, comentou.

Para se ter uma ideia dos serviços prestados, em 2018, foram atendidos 2.300 animais, realizados 372 procedimentos cirúrgicos e 4.459 exames laboratoriais. Se comparado com 2014, o salto no número de serviços mais que dobrou, já que naquele ano foi contabilizado o atendimento de 1.000 animais, 200 procedimentos cirúrgicos e 1.062 exames. “Para continuar a expansão no volume e na qualidade, são necessários recursos financeiros, pois o aporte institucional é limitado. Sendo assim, a cobrança pelos serviços sempre foi a alternativa que planejamos, mesmo porque é o que se pratica em quase todas as IFES pelo Brasil", destacou Gonçalves.

Entretanto, a SUHVU ainda prestará serviços sem custos às famílias em situação de vulnerabilidade social, sendo necessária a comprovação de renda per capta de, no máximo, meio salário mínimo por pessoa da família, por meio do Cadastro Único, emitido pelo município de origem (CADÚnico). “Aqueles que apresentarem o cadastro de vulnerabilidade terão isenção total dos custos. Também haverá isenção parcial aos pacientes atendidos durante as aulas práticas, mas isso ficará a critério do professor que conduzirá o procedimento. Todos os valores serão informados e autorizados pelos tutores, antes de sua realização”, comenta Gonçalves.

No primeiro momento, a cobrança será feita via Guia de Recolhimento da União (GRU), que será emitida logo após a finalização do atendimento prestado. O cliente poderá realizar o pagamento no Banco do Brasil, em até 30 dias. A não realização do pagamento gera dívida ativa com a União. Esses recursos retornarão para a Universidade e serão disponibilizados para o uso do Hospital.

A UFFS está finalizando o processo de contratação da Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (FUNTEF-PR) para facilitar e agilizar a captação de recursos e o seu emprego direto no Hospital. “Futuramente, isso possibilitará a flexibilização dos pagamentos, disponibilizando a opção de utilização de cartão de crédito, com a possibilidade de parcelamento, cartão de débito e boleto bancário”, explica Gonçalves.


Fonte: FONTE: (Ariel Tavares/UFFS)