A produção de leite, a avicultura e a indústria, setores importantes da economia do Sudoeste, vêm sofrendo grandes prejuízos em decorrência das constantes quedas de energia na região. O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), atendeu o pedido de prefeitos e lideranças da região e marcou uma audiência pública com a cúpula da Copel e o chefe da Casa Civil, Guto Silva — além de deputados.

O assunto principal disse respeito às constantes quedas de energia, que têm acontecido nos últimos meses, causando grande prejuízo para os produtores — e a demora na religação. Às vezes chega a 24 horas, foi relatado.

Mais de 300 pessoas estiveram presentes ontem na Amsop, com muita gente de pé no auditório e fora dele. O presidente da Copel, Daniel Slaviero Pimentel, disse que a determinação do governo é fazer investimentos.

Ele reconheceu que a companhia não conseguiu acompanhar o aumento da demanda por energia na região – principalmente devido à automatização das propriedades rurais – e que o Sudoeste é “proporcionalmente o que mais contribui e tem menos retorno” quando o assunto é a qualidade da distribuição de energia elétrica.

No encontro, a companhia sinalizou de forma positiva para melhorar a qualidade da distribuição: entre este ano e 2021 a Copel irá investir R$ 292 milhões em segurança energética nos municípios do Sudoeste. Se forem contabilizados os investimentos gerais, serão R$ 180 milhões por ano (já a partir deste 2019), quantidade três vezes maior que os pouco mais de R$ 50 milhões investidos na região em 2018.

A região Sudoeste, dentro dos planos da Copel, é, segundo o presidente da empresa, por sua importância econômica, uma prioridade para a companhia energética e para o governo do Paraná. “Há dois anos a Amsop vem reivindicando junto o setor produtivo essas melhorias e agora tivemos um anúncio mais concreto, que em médio prazo deve se traduzir em resultados práticos pra quem depende da energia elétrica para produzir, seja numa indústria, no leite ou na avicultura”, destacou o presidente da Amsop e prefeito de Saudade do Iguaçu, Mauro Cenci (PV).

Roberto Pécoits, dirigente da Fiep, abriu o momento dos pronunciamentos, apresentando índices que colocam a produção do Sudoeste e do Oeste como de primeira grandeza. “Por isso merecemos maior atenção”.

“Quando há queda de energia, o prejuízo é irreparável, as aves morrem, o leite azeda; gostaríamos que a Copel nos retribuísse de forma proporcional à tarifa que pagamos”, destacou.
Antoninho Guzatto e Claudinei Colognese também falaram, no mesmo sentido de medidas urgentes da Copel para a questão da energia.

O presidente da Copel, Daniel Slaviero Pimentel, disse que o programa da empresa para a região será amplo e diversificado, inclusive com o estímulo a outras fontes de geração de energia, como biomassa, energia eólica e energia solar.

Ao todo, o programa de expansão e melhoria no sistema prevê obras até 2021. “Nós daremos a nossa contribuição para que o Paraná seja o Estado mais moderno em geração e distribuição de energia.”

Além do presidente da Copel, o diretor de Distribuição da companhia, Maximiliano Andres Orfali, também participou do evento. Ele apresentou o plano de investimentos para a região, que contempla a operação de quatro novas subestações, 318 km de linhas e 640 obras de média tensão, como a instalação de religadores e reguladores de tensão. Na rede de alta tensão, a região concentra 22% dos investimentos previstos para este ano em todo o Paraná neste ano: são R$ 57 milhões no Sudoeste e R$ 249 milhões no Estado.


Fonte: FONTE: http://www.jornaldebeltrao.com.br