A campanha Janeiro Branco é dedicada a convidar as pessoas a pensarem sobre
suas vidas, sobre o sentido e sobre o propósito delas, a qualidade dos relacionamentos, as emoções,
os pensamentos e os comportamentos. No Brasil, a campanha chega à sua sexta edição e vem ganhando
força também nos municípios.
Para o psicanalista beltronense Marcelo Moya, janeiro
é o momento ideal para pensar em renovação de ciclos. Quem inventou a passagem de ano? Do ponto de
vista psíquico, isso é muito importante, pois são ciclos que se encerram e ciclos que se iniciam. É
uma campanha que acontece em várias partes do mundo. No Brasil, já é a sexta edição. Ainda a gente
lida com uma situação bastante emblemática, que é a falta de informação. Todo mundo se preocupa com
o corpo. Você já fez a sua meta de ir no médico, buscar um especialista, terminar um tratamento,
enfim, são as metas para o ano, mas sempre por uma questão física. E as pessoas não têm ideia que a
mente e o corpo são indissociáveis, são partes de uma mesma estrutura. E tal qual o corpo físico
adoece por diversas razões, a mente também é passível de adoecimento, o que nós chamamos de
transtornos psíquicos, de dores psíquicas, de sofrimento emocional, disse Marcelo Moya, em
entrevista para a Rádio Educadora, na semana passada.
Então por que Janeiro
Branco? Bom, o branco é porque simboliza a paz. Reestabelecer a paz mental do sujeito é o nosso
objetivo. Não existe nada mais angustiante do que ver uma mente angustiada por conflitos emocionais.
E a ideia do janeiro é porque é um mês muito simbólico, dá ideia do início e do recomeço,
complementa.
A mente domina tudo
Para Marcelo Moya, a mente domina tudo em nosso
corpo e, por isso, precisa de uma atenção especial. O objetivo é unir esforços de profissionais de
diversas áreas de saúde emocional, como psiquiatras, psicólogos, psicanalistas, neurologistas,
assistentes sociais, educadores, enfim, para convidar a sociedade para uma reflexão. Mas refletir
sobre o quê? Sobre o seu estado de saúde mental. A mente domina tudo na nossa vida, o corpo, as
ações, as escolhas, ou seja, tudo está relacionado ao campo mental. É importante colocar na cabeça
das pessoas que da mesma forma que eu vou ao dentista, eu preciso buscar um profissional de saúde
mental. A América do Sul investe um dólar por habitante em relação ao cuidado mental e tem um
retorno de quatro dólares. E o índice de pessoas que se afastam do trabalho por causa de conflitos
mentais está aumentando muito, avalia o psicanalista.
Mutirão da mente?
Marcelo
Moya observa que seria interessante também políticas públicas para a saúde da mente em Francisco
Beltrão também. No ano passado eu achei muito bonito o mutirão da cirurgia de cataratas que
aconteceu aqui. E fiquei pensando que poderia ter políticas públicas para a saúde da mente também,
como um mutirão de consultas com profissionais de saúde da mente. É uma ideia que fica para os
nossos governantes. Deveríamos cuidar da mente da mesma forma que cuidamos do corpo, afirma.
Foto/Legenda: Marcelo Moya, psicanalista, em entrevista para a Rádio Educadora. Adolfo
Pegoraro/JdeB
Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br | FOTO: Adolfo Pegoraro/JdeB