O juiz federal Sergio Moro se reuniu na tarde de hoje (8) com o ministro da
Justiça, Torquato Jardim, para discutir a transição de governo. Em janeiro, Moro assumirá o
superministério da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. O futuro ministro
disse que a insatisfação popular com a segurança foi um recado dado pelas urnas e o momento do país
pede a aprovação de medidas legislativas para equacionar o problema.
As eleições
transmitiram um recado que há uma insatisfação grande da população com a segurança pública, que é um
problema sério, difícil de ser tratado, e precisa ser equacionado. Em parte, equacionado por medidas
executivas, independentemente de leis, mas é um momento propício para apresentação de um projeto
legislativo, afirmou.
Dez medidas
Moro acrescentou que parte das 10 medidas de
combate à corrupção, apresentadas pelo Ministério Público, poderão ser resgatadas em um pacote
legislativo que será submetido ao Congresso, mas outros pontos serão descartados. Ele não quis
detalhar o que será levado adiante.
Seria péssimo adiantar algumas dessas ideias sem que
elas estivessem suficientemente amadurecidas. (
) A ideia é um plano forte, mas simples, para que
seja aprovado em tempo breve no Congresso. [Um plano] anticorrupção e anticrime organizado. São as
duas prioridades da próxima gestão.
Perguntado sobre a superlotação dos presídios
do país, Moro admitiu que é preciso criar vagas no setor, e defendeu um endurecimento para quem
pratica crimes graves. É inequívoco que existe, no sistema carcerário, muitas vezes, um tratamento
leniente, a meu ver, para crimes praticados com extrema gravidade. Casos de homicídio qualificado,
de pessoas que ficam poucos anos presos em regime fechado. Para esse tipo de crime, tem que haver um
endurecimento, acrescentou.
Continuidade
O encontro de Torquato e Moro durou menos
de uma hora. Em rápidas palavras, o atual ministro desejou sorte ao juiz e disse que, se ele
conseguir repetir a atuação brilhante que teve na magistratura, também terá sucesso à frente da
pasta.
Sergio Moro ressaltou que quer dar continuidade ao trabalho que vem sendo
realizado na área e aprofundar o que ele considera os avanços dos últimos anos. A intenção é dar
continuidade ao bom trabalho que vem sendo realizado, aos bons projetos que estão sendo executados,
para evitar aí perda de continuidade. Não sou daqueles que assumem reclamando que existe uma herança
maldita, disse.
Fonte: FONTE: paranaportal.uol.com.br | FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil