No domingo à noite, o presidente Michel Temer (MDB) fez um pronunciamento no Palácio do Planalto e anunciou medidas para entrar em um acordo com os movimentos de paralisação de caminhoneiros por todo o Brasil. As ações contemplam parte das reivindicações da categoria e resultaram de negociações com representantes do setor.

O presidente disse que o governo “fez sua parte para atenuar problemas e sofrimentos” e que “as medidas atendem a praticamente todas as reivindicações que foram apresentadas”.
No entanto, até ontem à tarde o movimento não dava sinais de trégua e os pontos de concentração se mantinham. Segundo um dos coordenadores da mobilização na região, cerca de 80% dos piquetes continua e, apesar dos avanços, o movimento quer mais garantias e redução de todos os combustíveis.

“Aqui na região não muda nada, tudo continua como esteve no final de semana. O que o governo anunciou atende em partes o que os caminhoneiros queriam, mas não temos garantias de que isso vá se manter até o final do ano ou nos próximos anos e governos. Além disso, é preciso contemplar pautas que também são da população que está nos apoiando, como a redução do gás, do etanol e da gasolina; a população precisa, também, ter algum ganho real”, diz.

Um dos líderes de outro piquete da região também alega que os manifestantes irão resistir enquanto não forem apresentadas propostas mais sólidas. “A briga é geral, contra não só os aumentos do diesel, mas os impostos altos. Enquanto não tiver algo nesse sentido daqui a gente não arreda o pé”, diz.

Protestos continuam
Os locais de bloqueio estão organizados e os manifestantes autorizam a passagem de carregamentos com insumos de saúde, ração, leite e outros alimentos perecíveis. Carros de passeio também são liberados, mas na tarde de ontem todos os pontos da região fizeram um bloqueio total por alguns minutos, às 16 horas. Para hoje e amanhã estão marcadas novas manifestações, com apoio de outros segmentos.

Medidas anunciadas pelo governo federal
Redução de R$ 0,46 centavos no preço final do óleo diesel por 60 dias (isenção de Cide e PIS/Cofins);
Reajustes no preço do diesel somente uma vez por mês;
Isenção da cobrança de eixo suspenso em pedágios de rodovias federais e estaduais;
Destinação de 30% dos fretes da Conab para autônomos e pequenas empresas;
Criação de uma tabela mínima de frete (PLC 121/2017, de autoria do deputado Assis do Couto).

Foto/Legenda: Em Marmeleiro, agricultores e empresários se juntaram à manifestação e realizaram atos ontem à tarde. 


Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br | FOTO: José Delmo Menezes Junior/JdeB