O líder do bloco PDT/Pode/SD da Assembleia Legislativa, deputado estadual
Nelson Luersen (PDT), assinou requerimento apoiado por diversos parlamentares que prevê a criação de
uma comissão especial na Casa para acompanhar as negociações sobre o embargo da União Europeia às
exportações de carne de frango brasileiras. Luersen defende a união de todas as lideranças políticas
e do setor produtivo para reverter o embargo, que atinge 20 frigoríficos do País, sendo oito deles
do Paraná, com prejuízos que podem passar de R$ 1 billhão por ano.
O Brasil é o maior
exportador de carne de frango do mundo. Em 2017, foram mais de 4,3 milhões de toneladas e mais de
US$ 7 bilhões em negócios. Deste total, a União Europeia comprou 7,6% do volume que o Brasil
exportou. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, o Paraná é o maior produtor de frango do País, responsável por um terço da
produção nacional. É também o que mais exporta este tipo de carne: de cada 3 quilos de frango que
saem do Brasil, um é produzido em frigoríficos paranaenses.
O motivo do embargo, segundo
um comitê da União Europeia, seria a suposta deficiência no sistema de controle de qualidade de
carne dos frigoríficos. A pressão sobre o setor vem desde março de 2017, quando a Polícia Federal
deflagrou a operação Carne Fraca. O que nos preocupa é que a operação Carne Fraca da PF - que é
importante para combater fraudes e problemas sanitários pontuais - devido às ações midiáticas acabe
sendo usada como pretexto para prejudicar as exportações de carne de frango do Brasil para a União
Europeia, diz Luersen. Segundo o deputado, em Brasília, a Câmara Federal também está criando uma
comissão, coordenada pelo deputado federal paranaense Assis do Couto (PDT), para acompanhar o
tema.
Tudo o que os governos europeus querem é uma desculpa para evitar a invasão da
proteína mais barata do mundo que é a carne de frango brasileira. Foi um mercado que levou muitos
anos para ser conquistado, observa o parlamentar. Temos convicção de que os frigoríficos
brasileiros estão entre os que têm os melhores padrões sanitários do mundo. Inclusive mercados
exigentes como Japão, Emirados Árabes, México e outros são grandes clientes da produção nacional,
lembra o deputado.
De acordo com Luersen, a principal preocupação da comissão que está
sendo formada pela Assembleia é evitar que a manutenção do embargo prejudique as exportações
brasileiras e cause desemprego no setor. Segundo estimativas de entidades ligadas à avicultura e à
indústria, se o embargo não for revertido, ele pode resultar na perda de 40 mil empregos. Estamos
todos engajados por uma solução o mais rápido possível para evitar demissões, buscando uma solução
junto ao Ministério da Agricultura e à União Europeia para que se evite o desemprego que com certeza
será gerado caso seja mantido esse embargo, atingindo desde a produção da ração, passando pelo
avicultor, os frigoríficos e prejudicando a balança comercial brasileira, alerta o
deputado.
Fonte: FONTE: Assessoria