O Governo do Paraná realiza no próximo dia 28 de novembro, em São Paulo, um
evento para a apresentação da proposta de construção de um novo ramal ferroviário para facilitar o
escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro pelo Porto de Paranaguá.
O
novo trecho ferroviário, de cerca de 1.000 quilômetros, vai ligar a região de Dourados, no Mato
Grosso do Sul, ao Litoral paranaense. O valor estimado para a construção da ferrovia é de R$ 10
bilhões.
A nova estrada de ferro é uma iniciativa para expansão e modernização da
infraestrutura ferroviária do Paraná e estratégica para o desenvolvimento do Estado, afirma o
governador Beto Richa. Realizamos grandes investimentos no Porto de Paranaguá, que está preparado
para expandir ainda mais as suas atividades.
Para a execução do projeto do novo ramal, o
Governo do Estado vai lançar um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Trata-se de um
edital público de chamamento, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral,
destinado a empresas interessadas na elaboração de estudos técnico-operacionais,
econômico-financeiros e ambientais para a construção e exploração de serviços ferroviários.
COMPETITIVIDADE - O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, reforça
que o Estado investiu muito na melhoria das condições logísticas para garantir a competitividade da
indústria, comércio e do agronegócio paranaenses e que a melhoria da malha ferroviária é essencial
neste processo.
A produção agrícola e o Porto de Paranaguá se modernizaram,
estabelecendo novos recordes de produção e exportação. No entanto, não tivemos avanços no que diz
respeito ao modal ferroviário, afirmou.
DOIS TRECHOS - A necessidade e a urgência da
construção de um corredor ferroviário Leste-Oeste - unindo Dourados ao litoral do Paraná - tem mais
de quatro décadas, afirma o diretor-presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araujo. O trem
é a melhor alternativa para reduzir custos e tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado
internacional, completa.
O trecho 1 da nova ferrovia ligará Guarapuava ao Porto de
Paranaguá e terá 400 quilômetros de extensão. O trecho 2, que já é uma concessão da Ferroeste, será
a extensão da linha de Guarapuava até Dourados (MS), passando por Guaíra, com a construção de mais
350 quilômetros de trilhos.
O projeto prevê ainda a revitalização do traçado de 250
quilômetros já existente e operado pela Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel. Este trecho também
será subconcessionado. O traçado da nova ferrovia não poderá utilizar a malha operada pela Rumo, nem
mesmo a sua Faixa de Domínio, proporcionando um impacto direto na melhoria dos serviços
logísticos.
CAPACIDADE - Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
apontam a capacidade ociosa e ocupada por trecho em cada ferrovia do País. No caso do Paraná, os
dois maiores gargalos logísticos ferroviários estão entre Curitiba e Paranaguá e Guarapuava e Ponta
Grossa.
O Porto de Paranaguá, o segundo maior do Brasil, movimentou em 2017 quase 50
milhões de toneladas, entre importação e exportação. Deste total, 80% das cargas foram transportadas
pelo modal rodoviário. O trem responde por 20% do volume cerca de 9 milhões de toneladas.
Até 2030, o total de cargas que passará pelo porto vai atingir 80 milhões de toneladas, segundo
projeção do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do terminal paranaense, elaborado em 2012.
Sem novos investimentos, o volume de transporte ferroviário deve continuar no mesmo patamar de hoje,
reduzindo para 11% a participação do modal na produção total do Porto.
Na outra ponta, a
agricultura do Oeste paranaense, que já produz 14 milhões de toneladas de grãos ao ano, deve
alcançar 21 milhões de toneladas/ano em 2035. Hoje, apenas 440 mil toneladas chegam ao porto por
ferrovia.
MENOS CUSTOS - O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (APPA), Luiz Henrique Dividino, diz que é necessário um conjunto de ações no sistema de
transporte para que a cadeia logística funcione sem gargalos e de forma eficiente e com baixos
custos operacionais.
Ele avalia que o sistema ideal para o atendimento do agronegócio é
uma combinação de sistemas de transportes que tenham capacidade, disponibilidade e frequência, e que
esteja diretamente integrado nas áreas de produção.
Já temos uma rodovia que dá vazão
para a produção, mas é fundamental para o Oeste, e o Paraná como um todo, a conclusão deste projeto
ferroviário. Ele busca conectar uma das zonas de maior produção agrícola do mundo com um porto que
se preparou para atender o agronegócio, avalia.
Dividino destaca ainda que, enquanto a
produção agrícola faz uso de tecnologias de ponta e o Porto de Paranaguá investiu pesado em novos
equipamentos e infraestrutura, a ferrovia que não foi modernizada. A ferrovia que conecta a
produção com o Porto de Paranaguá foi construída de 1885, por D. Pedro II. Precisamos de uma
ferrovia com engenharia do século 21, produtiva e competitiva que venha de fato atender o celeiro do
mundo, defende Dividino.
Fonte: FONTE: aen.pr.gov.br | FOTO: Divulgação/SEIL