A Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba prendeu, nesta terça-feira (17),
cinco pessoas acusadas de atuar em um esquema de fraudes em empréstimos realizados junto ao Banco do
Brasil. Entre elas, está o ex-gerente geral de uma agência do centro Curitiba, Luiz Eduardo Cardoso.
Ele foi demitido há um ano, quando o banco encontrou os primeiros indícios do esquema.
Com dados e documentos falsos, o ex-gerente, o contador Joilson Gomes Pires e empresários obtinham
empréstimos em nome de empresas. O esquema teria desviado cerca de R$ 10 milhões, em dois anos.
Segundo o delegado Matheus Layola, todos os mandados de prisão foram cumpridos em Curitiba e região
metropolitana e duas pessoas seguem foragidas, uma aqui e outra em Goiás.
Procurado, o
advogado de Pires afirmou que vai se pronunciar nas próximas horas.
Parte dos recursos
desviados eram transferidos para contas de empresas envolvidas com a quadrilha.
A
Operação Sangria, como foi chamada, aconteceu em quatro estados: Paraná, São Paulo, Goiás e
Brasília. Foram 54 mandados judiciais: sete de prisão temporária, sete de condução coercitiva, cinco
de arresto (bloqueio de bens), 19 de busca e apreensão e 16 bloqueios de contas bancárias pessoas
físicas e jurídicas.
As prisões temporárias são válidas por cinco dias, podendo ser
prorrogadas pelo mesmo período ou transformadas em prisões temporárias.
Por meio de nota,
o banco afirmou que o ex-gerente foi demitido por justa causa após a descoberta dos fatos. O Banco
do Brasil informa que, após identificar indícios de irregularidades, concluiu investigações da
auditoria interna que resultaram na demissão por justa causa de um funcionário, em junho de 2016, e
na apresentação de notícia crime à polícia. O Banco do Brasil colabora com as investigações
policiais para que todos os fatos sejam esclarecidos.
Esquema criminoso
Segundo a
polícia, Luiz Eduardo Cardoso trabalhou no Banco do Brasil por 17 anos e foi demitido há um ano. A
gente tem como os maestros dessa empreitada criminosa o ex-gerente geral de uma das agências aqui de
Curitiba e um contador. O contador que era contador de todas as sete empresas investigadas
adulterava documentos para conseguir a abertura de contas junto ao ex-gerente geral, explica o
delegado. As fraudes foram cometidas entre 2015 e 2016.
Esses dois tinham uma participação muito
mais intensa nessa quadrilha, falsificavam dados para conseguir uma liberação de crédito maior junto
ao banco e empréstimo para as empresas. Muitas das empresas tinham sócios que não tinham
conhecimento alguns sócios sabiam, outros não sabiam.
Segundo o delegado, um dos
sócios, ao ser informado que deveria prestar depoimento na Delegacia de Furtos e Roubos, teria
recebido uma ligação do contador, que ofereceu R$ 50 mil para que ele mudasse a versão do depoimento
porque iria complicar para todo mundo.
As investigações partiram de uma denúncia do
próprio Banco do Brasil, que, segundo o delegado, apresentou indícios de fraude. Com isso, a polícia
passou a trabalhar com a quebra de sigilo bancário. Os suspeitos devem responder, agora, por
associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, no caso do ex-gerente, entre outros
crimes.
Fonte: FONTE: paranaportal.uol.com.br | FOTO: Divulgação/Polícia Civil