A decisão do ministro Gilmar Mendes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de extinguir zonas eleitorais Brasil afora, em nome da "economia", está provocando reações.

Ontem, no Centro de Eventos de Salto do Lontra, foi mais uma, com prefeitos e deputados presentes.
"É uma questão que atinge a democracia, esse pretendido desmonte da justiça eleitoral é um retrocesso; se como estamos ainda é difícil de fiscalizar, imagina com menos presença", questionou a juíza da Comarca, Divângela Precoma Kuligowski.

Foi um audiência pública que reuniu os prefeitos Maurício Baú (PPS de Salto do Lontra), Jair Stange (PDT de Nova Esperança do Sudoeste) e Adroaldo Hoffelder Sassá (PSC de Nova Prata do Iguaçu), a juíza e o promotor Michael Gebeluky, além de vereadores e os deputados estaduais Paulo Litro (PSDB) e Wilmar Reichembach (PSC). O objetivo é a permanência da Zona Eleitoral. Um documento nesse sentido será encaminhado ao TRE e aos deputados federais do Paraná.

A portaria nº 372/17, assinada por Gilmar Mendes, determinou a extinção de todas as zonas eleitorais que não se enquadrem em determinadas regras de número de eleitores e de densidade demográfica. A norma foi publicada em 16 de maio e estipulou prazo de apenas 30 dias para os TREs encaminharem ao TSE como será o rezoneamento.

O promotor Michael questionou o percentual da "economia" - apenas 0,3% do orçamento anual de R$ 7,3 bilhões da Justiça Eleitoral. E disse mais: "não cabe ao TSE definir sobre zonas eleitorais, e sim aos TREs".

Esse argumento também foi levantado na audiência pública que aconteceu na semana passada na Assembleia Legislativa.
Os deputados Paulo e Reichembach declararam apoio à manutenção da zona eleitoral e prometeram empenho em ajudar na mobilização da pressão política para que a extinção não aconteça.

Não há nada oficial ainda, mas especula-se que seriam 80 zonas eleitorais eliminadas no interior do Paraná. Uma delas, segundo a juiza Divângela, seria a de Salto do Lontra.


Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br