Nos primeiros quatro meses de 2017, o Paraná
registrou um saldo de 23.159 empregos gerados. Um número positivo, supostamente sinal de
reavivamento da economia do Estado. Os números foram divulgados pelo Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), com base no Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged).
O Ipardes divulgou também os dez municípios que mais geraram empregos
no período. Dos quais, dois são do Sudoeste: Capanema e Pato Branco. Na ordem, os melhores colocados
são Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Pato Branco, Curitiba, Capanema, Palotina, Rio Negro,
Medianeira e Telêmaco Borba.
Pato Branco, que ficou
com a 4ª melhor posição do ranking, é o que mais gerou empregos no Sudoeste. No período ocorreram
5.185 admissões e 4.044 demissões, ou seja, o saldo de empregos gerados é de 1.141. Uma média de 9,5
novas vagas geradas por dia neste ano.
O chefe da Agência do Trabalhador de Pato Branco,
Clóvis Gresele, afirma que o principal gerador de empregos é o setor de indústria - com destaque
para duas grandes indústrias, uma delas um frigorífico. "Estão constantemente na Agência fazendo
seleção, quase toda semana." Ele observa que muitas pessoas de outras cidades têm procurado emprego
em Pato Branco.
O prefeito Augustinho Zucchi (PDT)
comenta o bom momento vivido pelo município."A geração de empregos demonstra que seguimos na
contramão do cenário nacional, o que atende à postura da nossa população e dos nossos empresários,
que continuam investindo e acreditando no potencial da cidade, mesmo em momentos de crise. Como
resultado, seguimos crescendo, conquista que é mérito de cada pato-branquense que, com seu trabalho,
garante também o desenvolvimento do nosso município."
Previsão em Capanema é de saldo negativo nos próximos meses do ano
Com geração
positiva de 953 vagas nos quatro primeiros meses do ano, Capanema foi o sexto município que mais
gerou empregos no Paraná no primeiro quadrimestre. Entre os municípios do Sudoeste, perdeu apenas
para Pato Branco, que ficou com saldo de 1.141 empregos. No entanto, as entidades do município
preveem que esse bom momento é temporário.
Segundo
Roque Osmar Pompermaier, gerente da Agência do Trabalhador, essa geração positiva foi "puxada"
principalmente pelo frigorífico Dip Frangos, por indústrias de confecções e pela construção da Usina
Hidrelétrica Baixo Iguaçu, que foi a maior geradora de empregos do município no período.
Mas
Roque esclarece que essa grande geração de empregos feita pela usina não pode ser considerada como
um número isolado a ser comemorado. No ano passado, a construção demitiu quase todos os seus
funcionários, devido a paralisações feitas no canteiro de obras por movimentos que contestavam as
indenizações das terras que serão inundadas quando a usina estiver pronta. "Nesse início de ano,
eles recontrataram todo esse pessoal que tinha sido demitido ano passado, então foi isso que
registrou o número alto de empregos", pondera.
Além disso, a situação já começou a inverter. "Como a obra da usina está indo para suas
últimas etapas, algumas funções não são mais necessárias e eles estão começando a demitir. Então a
previsão é de saldo negativo na geração de empregos nos próximos meses", declara Roque.
A
assessoria de imprensa da Prefeitura de Capanema reforça que até abril o município registrou um
saldo positivo na geração de empregos, mas em maio já há previsão de ficar negativo, e isso impacta
todos os setores do município.
Atualmente há um trabalho da
Prefeitura junto à Associação Comercial e Empresarial de Capanema (Acec) para amenizar esse impacto
negativo, com investimentos na área da indústria e a geração de mais empregos. No entanto, até agora
não há como absorver toda essa demanda que será gerada pelas demissões da usina.
Comércio está preparado para lidar com o impacto
A secretária
executiva da Acec, Ana Lúcia Ampessan, conta que a associação tem se reunido para lidar com a
situação e concorda que o impacto vai ser negativo. No entanto, ela pondera que o município está
preparado para lidar com a questão.
"Sabemos que vai impactar um pouco, mas como desde antes
das contratações da usina fizemos reuniões com nosso comércio para deixar claro que boa parte dos
funcionários vai embora no final da obra, estamos preparados para essa nova realidade de redução de
movimento", pondera Ana Lúcia.
Além disso, ela conta que as empresas tomaram muito cuidado
com a inadimplência, evitando vendas em prazos longos e preconizando vendas à vista e no cartão de
crédito.
Ana também considera que o risco de um grande desemprego no município não seja tão
assustador. "Parte das pessoas que vão ficar desempregadas vão embora quando a obra terminar e outra
parte vai conseguir se estabilizar nas indústrias da cidade", considera.
Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br | FOTO: Redação/JdeB