Todas as rodovias estaduais da região Sudoeste estão incluídas num pacote de
obras para conservação da malha viária anunciado pelo Governo do Estado em abril. As licitações
devem ser realizadas nas próximas semanas e os contratos passam a valer a partir do segundo
semestre.
São mais de 1,2 mil quilômetros contemplados somente na região e dois tipos de
serviços: o Cremep, que consiste na retirada da camada danificada de asfalto e colocação de uma
nova, e o Cop, que é um serviço mais básico.
O pacote prevê investimentos de até R$ 314
milhões em três anos, mas segundo o presidente da Amsop, prefeito de Coronel Vivida, Frank Schiavini
(PMDB), "a medida somente ameniza as condições de tráfego e não amplia as melhorias nas
rodovias."
Nesta notícia do governo, não há menção à duplicações, terceiras faixas ou
trincheiras, por exemplo - itens que estavam contemplados no projeto apresentado pelo DER para a
região e que foi debatido em duas audiências públicas em dezembro do ano passado, em Pato Branco e
Francisco Beltrão.
"Deveria ser maior"
"Nós
entendemos que esse valor que o Estado pretende investir é expressivo, mas pelas condições atuais
das rodovias deveria ser maior; o Sudoeste precisaria de mais atenção neste ponto, tanto do Estado
quanto da União, porque somos uma região que produz muito em termos de agropecuária e todo
escoamento da produção e desenvolvimento da região depende de boas estradas", afirmou
Schiavini.
Corredor Sudoeste
A Amsop também
acompanha o processo de concessão do chamado Corredor Sudoeste, trecho que liga Realeza (BR-163) a
Palmas (BR-153). A preocupação da entidade é em buscar um modelo viável de concessão, que modernize
a rodovia e mantenha tarifas de pedágio baixas. Nas projeções debatidas até o ano passado,
especulava-se em seis praças de pedágio - Realeza, Ampere, Beltrão, Renascença, Clevelândia e
Palmas. A 11 centavos por quilômetro (284 quilômetros no total), o trecho ficaria em torno de R$
5,20 a cada praça pedagiada.
Em tese, poderia baixar havendo concorrência. Mas
atualmente o processo está parado, porque o Governo do Estado avaliou que a região conseguiu
apresentar uma proposta hegemônica - somente a Amsop insistiu, em fevereiro, para que não se
abandonasse o projeto.
Mas no site da Casa Civil está indicado que o projeto do
Sudoeste está paralisado.
Trecho violento
"A
realidade é que esse trecho do Sudoeste é muito violento; só em 2015 mais de 50 pessoas morreram
nele, e isso precisa ser mudado. Se a privatização é o único caminho para tornar a rodovia mais
segura e modernizá-la, que seja feito de forma responsável e acima de tudo sem tarifas que penalizem
os usuários e motoristas do Sudoeste", encerrou o prefeito Frank.
Conservação
Em todo o Paraná, o programa de conservação de rodovias pretende
investir cerca de R$ 3 bilhões. O dinheiro é utilizado somente na manutenção de estradas, como
quando a via é danificada por chuvas ou excesso de tráfego, e não contempla ampliações, como a
construção de trincheiras, trevos e terceiras faixas.
Veja o
que foi apresentado para o Corredor Sudoeste
1. A proposta da PR-280 contempla a
restauração de todo o trecho da rodovia, de Realeza a Palmas. Num primeiro momento, a restauração da
pista e a construção das praças de pedágio - Realeza, Ampere, Francisco Beltrão, Renascença,
Clevelândia e Palmas.
2. O preço do pedágio é inicialmente calculado da seguinte forma: 11
centavos por quilômetro. Como são 284 km, o total dá R$ 31,20. Este valor é dividido pelas seis
praças, dá R$ 5,20. Membros do Conselho Gestor, do DER e do Governo do Estado acreditam que depois
de publicado o edital e aberta a concorrência, o preço seja reduzido, devido à disputa. A rigor,
qualquer empresa ou consórcio de empresas com condições técnicas pode dar seu lance. O preço é o
critério decisivo para se conhecer o vencedor.
3. Os estudos técnicos do DER apontaram a
recuperação do pavimento e a implantação de terceiras faixas como as medidas prioritárias para
investimentos. O levantamento mostrou que 57% da rodovia apresenta condição ótima ou boa para o
tráfego de veículos. Dentro da proposta de concessão, a perspectiva é que em um período de 2 a 9
anos, a execução de obras deixe a grande maioria do trecho em estado bom ou ótimo para as condições
de tráfego. O total de anos da rodovia para a iniciativa privada é de 25 anos - até aí por
2042.
4. O projeto prevê um serviço para garantir a segurança e o conforto dos usuários da
rodovia, com a construção de um Centro de Controle de Operações (CCO) e de quatro unidades do
Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU); monitoramento de 100% do tráfego por circuito fechado de TV
e com sistema de radiocomunicação; oferta de resgate mecânico, com guinchos leves e pesados, e de
socorro médico, com ambulâncias; e instalação de 28 fiscalizadores de velocidade, painéis de
mensagem veicular e um posto de pesagem.
5. Estão projetados, ao longo dos anos, 110
quilômetros de terceira faixa (atualmente são 60), duplicação da travessia urbana de Realeza,
implantação de 6,2 quilômetros de vias marginais, 17 rotatórias, 10 interseções com viadutos e
trincheiras, duas passarelas, correções geométricas de curvas e a instalação de 107 pontos de
ônibus; mais 20 quilômetros extras de pista duplicada entre Beltrão e Pato Branco.
6. As
metas do projeto indicam, por exemplo, que o contorno sobre Marmeleiro - uma polêmica que terá ainda
desdobramentos - está planejado para o quinto ou sexto ano de funcionamento da nova rodovia. Se,
numa hipótese, a modernização começar em 2017, a questão de Marmeleiro seria mexida entre 2021 e
2022.
7. Entre o ano sete e o oito, novas pontes. No ano 10, contando do ano passado - 2027,
nessa hipótese -, uma revitalização completa do trevo de Salgado Filho até o trevo da comunidade de
Jacutinga.
Fonte: FONTE: jornaldebeltrao.com.br