A Secretaria estadual da Saúde organizou nesta
quinta-feira (23) o I Fórum de Manejo Clínico de Tuberculose para lembrar o Dia Mundial de Combate à
Tuberculose, celebrado em 24 de março. Mais de 200 profissionais de saúde do Estado e municípios se
reuniram em Curitiba para discutir os protocolos de enfrentamento da doença, principalmente nas
fases da infância e adolescência.
São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem,
psicólogos, farmacêuticos, entre outros profissionais de 20 Regionais de Saúde que estão em busca de
aprimorar os conhecimentos em uma área da tuberculose que ainda gera muitas dúvidas, o manejo de
crianças e adolescentes, diz a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, Júlia Cordellini.
A coordenadora do Programa Estadual de Tuberculose, Betina Alcântara Gabardo, explica que o
diagnóstico na infância é mais difícil. O principal método de confirmação é o exame de baciloscopia
do escarro, que utiliza o material expelido com a tosse forçada. A coleta é muito difícil em
menores de 10 anos e eles também desenvolvem formas da patologia com poucos bacilos, então
precisamos utilizar o diagnóstico clínico e o raio-x, entre outros, para confirmar a existência da
doença na criança, afirma.
Para auxiliar na capacitação dos profissionais, o médico e
professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Clemax Santana, foi um dos palestrantes do
Fórum. Dos casos de tuberculose em crianças, uma média de 80% tem resultados negativos no exame
bacteriológico. E esse é o maior desafio da área, garante. De acordo com Santana, o Rio de Janeiro
é um dos estados do país com maior número de casos de tuberculose e, em média, 6% desses registros
são em crianças.
No ano anterior, o evento focou na infecção simultânea por tuberculose e
HIV e no manejo dos pacientes coinfectados. Ficamos sensibilizamos com um óbito de tuberculose em
criança que tivemos no Estado em 2016 e isso nos motivou a escolher o tema do encontro para este
ano. Além disso, tivemos 21 casos da doença em menores de 15 anos no ano passado, lembra Betina. Em
adultos, foram registrados uma média de 2 mil novos casos no mesmo período no Paraná.
ADULTOS O maior cuidado para evitar a infecção por tuberculose em crianças deve partir dos
mais velhos. São os adultos que infectam as crianças. Se você tem um jovem infectado, certamente
existe alguém mais velho com a doença por perto. E como a imunidade infantil é menor, a
probabilidade de adoecer é muito maior principalmente em menores de cinco anos, enfatiza Betina.
Ela ressalta que qualquer tosse que não melhora deve ser avaliada. Quanto antes o
tratamento da doença for iniciado, menos pessoas serão infectadas. Por isso, é necessário buscar uma
unidade de saúde em casos de tosse que persiste por mais de duas ou três semanas e passar pelo exame
para diagnóstico, orienta. Os sintomas também incluem a perda de apetite, perda de peso, febre,
sempre por períodos prolongados.
Fonte: FONTE: aen.pr.gov.br | FOTO: Divulgação SESA