A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) é uma das diversas instituições
de ensino superior no país que conta com processo seletivo especial para estudantes haitianos, o
PROHAITI. Desde 2014, a Universidade registra o ingresso de alunos nesta modalidade, mas neste ano é
a primeira vez que o Campus Realeza recebe um estudante haitiano.
Ingressante no curso de
Licenciatura em Química, o acadêmico Kédal Jean, de 35 anos, sempre foi apaixonado por essa
disciplina. Fez cursos técnicos na área tanto no Haiti, como no Brasil. Ele saiu do estado de São
Paulo, quando estava para concluir o Curso Técnico em Química, pela Escola Técnica Estadual (ETEC)
de Santa Bárbara D Oeste-SP, para fazer a Graduação em Realeza.
Quando saiu da cidade de
Cabaret, no Haiti, em 2013, Kédal Jean tinha uma meta clara: conseguir formação de nível superior.
"Diferente de outros colegas haitianos que buscavam no Brasil uma vida melhor e tinham Ensino
Superior, meu objetivo era diferente. Pensei em vir para o Brasil com a possibilidade de estudar
mais, buscar mais conhecimento, pois só tinha o ensino técnico. Depois do curso de Licenciatura,
gostaria de ir atrás do Bacharelado ou ir direto para a Pós-Graduação", ressaltou.
Atualmente, a UFFS conta com 50 alunos haitianos, dos quais a maioria está matriculada em cursos
de Graduação no Campus Chapecó, onde foram ofertadas as primeiras vagas pelo PROHAITI. "A UFFS tem
discutido e implementado várias ações voltadas para a internacionalização da Instituição através dos
programas de Graduação, Mestrado, Doutorado, grupos de Pesquisa e de Extensão. A acolhida dos
imigrantes haitianos, na condição de alunos, é outra forma de internacionalização. Para além das
ações institucionais, a complexa rede de relações que os haitianos acabam por constituir com
brasileiros, dentro e fora da Universidade, abre a possibilidade de ler e compreender o mundo de
forma diferente", destaca o diretor do Campus Realeza, Antonio Marcos Myskiw.
Fonte: FONTE: Assessoria | FOTO: UFFS - Roberto Jonikaites