O governador Beto Richa (PSDB) reuniu nesta segunda-feira (16), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, mais de 300 prefeitos de todo o Estado, para autorizar o repasse de uma cota extra de R$ 429 milhões do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos municípios. Além de demonstrar força política, Richa sinalizou que aposta no apoio dos prefeitos para recuperar a popularidade de sua administração, após o desgaste com a série de pacotes de medidas de ajuste fiscal adotadas desde 2014. Tanto o governador quanto seus aliados destacaram durante o evento que o repasse só foi possível graças a melhoria da situação financeira do Estado com essas medidas.
“Deixei minha popularidade de lado para fazer o ajuste fiscal e agora o Brasil inteiro reconhece o trabalho que tem sido feito aqui”, afirmou Richa, apontando que até o final do mês, o governo deve repassar, entre ICMS e parte da receita do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), cerca de R$ 1,680 bilhão aos municípios. O governador agradeceu o apoio dos deputados estaduais da base governista na Assembleia Legislativa pela aprovação das medidas de ajuste fiscal. “Eu tenho por dever de Justiça e gratidão agradecer os nossos deputados estaduais, que confiaram no meu apelo. Pedi que confiassem em mim. Expliquei a eles que eram medidas impopulares, duras e que iríamos enfrentar momentos de extrema dificuldade. Enfrentar interesses corporativos que não se coadunam com o interesse da sociedade”, relatou Richa. “Peço aos prefeitos para lembrarem dos nossos deputados. Se não fosse o apoio da Assembleia, não teríamos condições de ajudar os municípios”, disse Richa, afirmando que o Paraná “dá exemplo ao Brasil de gestão austera” e tem as contas em dia, “enquanto muitos estados nem salários estão conseguindo pagar”.

Sacrifício
Antes do governador, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), pediu aos prefeitos que usassem sua influência para informar a população sobre a ajuda que o Estado está dando aos municípios graças ao ajuste fiscal. “Não adianta pegar o recurso e não chegar nos meios de comunicação da sua cidade, e dizer que isso é resultado do trabalho do governador”, afirmou Rossoni. “Isso que está acontecendo aqui é fruto de muito sacrifício. Até a popularidade do governador foi entregue em nome desse sacrifício”, disse o secretário. “Vamos devolver ao governador a sua popularidade”, apelou Rossoni.
O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), adotou tom semelhante. “O governador foi um visionário. Esses deputados deram apoio moral, sustentação (ao governo e enfrentaram movimentos radicais”, alegou. “O governador é que vai autorizar (o repasse) do dinheiro. E todos os prefeitos terão que ter um deputado para representá-los”, lembrou Traiano, afirmando que Richa “está preparado para qualquer coisa neste País” ao final de seu mandato.

Pacote
Desde o final de 2014, logo após sua reeleição, Richa propôs vários pacotes de ajuste fiscal para reequilibrar as finanças do Estado. O primeiro deles foi aprovado em dezembro daquele ano pela Assembleia, e previa oaumento alíquotas do ICMS e do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Já no início de 2015, o governador encaminhou à Casa nova proposta para promover mudanças no fundo de previdência e parcelar o pagamento do reajuste salarial dos servidores. O pacote foi aprovado em 29 abril daquele ano, em meio a um confronto entre policiais e servidores no Centro Cívico. Já no ano passado, o governo propôs a suspensão por tempo indeterminado da data-base do reajuste do funcionalismo, alegando a necessidade de priorizar o pagamento das promoções.

O prefeito de Salto do Lontra,Maurício Baú, também participou do evento, assim como o prefeito de NovaEsperança do Sudoeste, Jair Stang.

Foto: Franklin de Freitas

Fonte: FONTE: bemparana.com.br