Assessoria - O deputado estadual Nelson Luersen (PDT) participou, nesta terça-feira (29/11), no Palácio Iguaçu, de nova reunião com representantes das famílias atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu. Na semana passada, integrantes do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB) desocupou pacificamente o canteiro de obras da usina, após negociação com a comissão formada por deputados, e representantes do Ministério Público, Defensoria do Estado, Copel e governo do Estado. Na terça-feira, porém, a Neoenergia, empresa que junto com a Copel integra o consórcio responsável pela obra, não enviou representantes para participar da retomada das negociações.
Segundo Luersen, a ausência dos representantes da Neoenergia frustrou a tentativa de retomar as negociações. “Existe boa vontade Casa Civil, da Copel e das famílias atingidas pela barragem que será formada com a construção da usina. Mas o maior interessado, que é a Neoenergia, não apareceu. Os atingidos pela barragem cumpriram a parte deles, desocupando o canteiro de obras, mas não receberam a contrapartida da empresa”, criticou Luersen, que desde o início tem participado das negociações, em busca de uma solução que garanta ao mesmo tempo os direitos das famílias atingidas e a retomada das obras da usina.
De acordo com o deputado, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, pretende marcar nova reunião, com representantes da Neoenergia, Copel, Ministério Público, o arcebispo de Curitiba Dom José Peruzzo e o governador Beto Richa (PSDB), para tentar encontrar uma saída para o impasse. “Infelizmente, porém, o que se percebe é que existe um desinteresse da Neoenergia em concluir a obra”, avalia Luersen.
A usina está sendo construída entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, nas proximidades do Parque Nacional do Iguaçu, mas desde 2013, o consórcio suspendeu as negociações com as famílias que terão que deixar suas propriedades. A hidrelétrica terá potência de 350 megawatts, o suficiente para atender 1 milhão de consumidores. O investimento é de mais de R$ 1,6 bilhão.
Em dezembro de 2013, um acordo preliminar entre o consórcio e os moradores que terão que deixar suas propriedades em razão da formação da barragem do reservatório da usina chegou a ser esboçado, mas acabou não sendo fechado formalmente. Desde então as negociações emperraram. As famílias atingidas cobram um reajuste dos valores das indenizações oferecidas na época, já que de lá para cá houve valorização das áreas, além da necessária correção inflacionária.
“É preciso que haja interesse de todos os envolvidos para uma solução negociada que evite o surgimento de novos conflitos. Para isso, porém, tem que se encontrar uma saída que garanta o direito das famílias atingidas a uma indenização digna e ao mesmo tempo a retomada das obras, para a manutenção dos empregos gerados por esse projeto. Penso que a saída ideal para o povo do Paraná seria a Copel comprar os 70% das ações pertencentes à Neoenergia e com isso por fim aos conflitos existentes”, defende Luersen.