Assessoria - O deputado estadual Nelson Luersen (PDT) participou, nesta terça-feira (17/05), de reunião na Assembleia Legislativa com representantes das famílias atingidas pela construção da usina hidrelétrica do Baixo Iguaçu, na região Sudoeste do Estado. A usina está sendo construída entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, nas proximidades do Parque Iguaçu, mas segundo Luersen, o consórcio responsável pela obra, formado pela Copel e a empresa Neoenergia, suspendeu as negociações com as famílias que terão que deixar suas propriedades. Em protesto, um grupo ocupou o canteiro de obras da usina. Uma comissão especial foi criada pela Assembleia para buscar uma solução para o impasse.
“Nosso objetivo é buscar uma negociação para que as famílias recebam a devida indenização e possam ser realocadas, e as obras sejam retomadas. Uma paralisação seria catastrófica para a economia e o comércio da região”, explica o parlamentar. Quando pronta, a hidrelétrica terá potência de 350 megawatts, o suficiente para atender 1 milhão de consumidores. O investimento é de mais de R$ 1,6 bilhão, com a geração de mais de 1 mil empregos.
Segundo Luersen, desde 2013, o consórcio não fez mais nenhuma proposta para as famílias que terão que sair da área que será alagada pela barragem da usina. “A empresa paralisou as negociações com as famílias atingidas, que não podem desocupar a área sem ter a merecida indenização, que lhes permitam se instalarem em outras propriedades. Os valores oferecidos estão defasados. Os agricultores não viram outra saída a não ser realizar um movimento de ocupação do canteiro de obras e dizem que não vão deixar o local enquanto a empresa não retomar o diálogo”, afirma o deputado.
O encontro de terça-feira reuniu deputados, prefeitos e vereadores da região, representantes do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), do Ministério Público, além da Copel e do secretário de Estado para Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli. De acordo com Luersen, os moradores relataram que tentaram várias vezes agendar reunião com os representantes do consórcio, sem sucesso. “Todos os presentes foram unânimes em reconhecer o direito dos atingidos a uma indenização justa, que garanta às famílias as condições para serem realocadas”, diz ele.
Nos próximos dias, a comissão formada pela Assembleia para intermediar as negociações deve fazer uma nova reunião com representantes da Neoenergia e da Copel para discutir o assunto. “O que queremos é que as negociações sejam retomadas e as obras continuem, para que não haja desemprego e prejuízo para a economia da região, pois além de ocupar muitos trabalhadores, o projeto gera receita para os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques e movimenta o comércio local”, destaca Luersen. “Com diálogo, poderemos chegar a uma solução pacífica, que evite conflitos desnecessários, garanta o direito das famílias atingidas e ao mesmo tempo, a conclusão da obra, que é de vital importância para a região e o Estado”, afirma o deputado.