Assessoria - Dados oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica mostram que entre 2013 e 2015, as tarifas de energia elétrica no Brasil aumentaram em mais de 100%. Esse aumento muito acima da inflação do período foi motivado pelo acionamento de usinas termoelétricas provocado pelo baixo nível de água dos reservatórios das hidrelétricas resultante da estiagem que atingiu boa parte do País. Desde o ano passado, porém, as chuvas se normalizaram, recuperando os níveis dos reservatórios e regularizando a capacidade de produção das hidrelétricas.
Diante desse novo cenário, o deputado estadual Nelson Luersen (PDT) pretende mobilizar os parlamentares da Assembleia Legislativa na deflagração de uma mobilização para pressionar os governos federal e estadual a reduzirem as tarifas a patamares aceitáveis, já que os preços atualmente cobrados são insustentáveis, e prejudicam tanto o consumidor residencial, quanto o comércio, a indústria e o agronegócio, resultando em inflação e desemprego.
A ideia, segundo Luersen, é promover uma audiência pública com representantes da Aneel, Copel, entidades da sociedade civil organizada, setor produtivo, entre outros, para cobrar uma revisão das tarifas. “Temos que rever essas bandeiras tarifárias. O preço subiu de maneira exagerada pela falta de chuvas, mas atualmente, a maioria dos reservatórios estão transbordando, e não há justificativa para manter esses valores que estão sendo cobrados, agravando ainda mais a crise econômica e comprometendo o orçamento das famílias brasileiras e a competitividade das nossas empresas”, considera o parlamentar.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que as condições hidrológicas e climáticas previstas para 2016, com chuvas provocadas pelo fenômeno climático El Niño nas regiões Sul e Centro-Oeste, devem garantir o atendimento à demanda de energia do Brasil. Segundo o deputado Luersen, em alguns casos percebemos que as geradoras de energia adiaram obras de usinas e com isso vão atrasar a entrada em operação de novas hidrelétricas, devido à sobra de energia, porque não há como armazenar o excedente ao consumo. Inclusive, houve demora na concessão de licenças ambientais e autorização pela Assembleia para a instalação de novas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétricas), reduzindo a oferta de energia no Estado. “Com as autorizações que aconteceram recentemente, esperamos que essas unidades entrem em funcionamento o mais breve possível, assim teremos um aumento na oferta e consequentemente, uma maior concorrência, e um preço menor ao consumidor”, diz.
Para Luersen, é preciso que a sociedade como um todo – lideranças políticas, empresariais, produtores rurais, donas de casa, cooperativas – pressionem os governos a reverem a política tarifária, que se tornou insustentável para a economia do País. “Os altos valores cobrados e os impostos embutidos hoje acabam sendo repassados para os preços, alimentando a inflação e prejudicando a geração de empregos. Só com uma mobilização de todos poderemos reverter esse quadro e garantir patamares aceitáveis para as tarifas de consumidores e empresas”, afirma o deputado.