Falar em prorrogação dos atuais contratos do concessão do pedágio por 24 anos, quando faltam pouco mais de cinco anos para eles se encerrarem é um crime contra a economia do Paraná, e consequentemente, contra os paranaenses. A opinião é do deputado estadual Nelson Luersen (PDT), que presidiu a CPI do Pedágio na Assembleia Legislativa, e considera que o papel dos governos federal e estadual, hoje, é cobrar das concessionárias a realização das obras previstas nos contratos atuais.
Na semana passada, o secretário de gestão do Ministério dos Transportes, Luciano Castro, anunciou que a negociação com as concessionárias estaria avançando, com a possibilidade de prorrogação dos contratos por 24 anos. Em troca, a União quer a redução das tarifas e ampliação das obras de duplicação de rodovias. As atuais concessões se expiram em 2021.
“Esperamos que o Ministério dos Transportes e o governo do Estado não levem à frente esse absurdo. O importante agora é exigir que as concessionárias realizem as obras que estão nos contratos”, afirma Luersen. O deputado lembra que ainda faltam muitas obras de duplicação em trechos como a BR-376 entre Ponta Grossa e Apucarana; ou a BR-369 Cascavel e Campo Mourão. “No meu ponto de vista, as concessionárias terão dificuldades de concluir esses trechos faltando pouco mais de cinco anos para o encerramento dos contratos”, prevê.
Luersen também diz não ver sentido em falar em prorrogação em troca de mais obras, já que em muitos casos, não há o que fazer. “Concessionárias como a Ecovia, no trecho da BR-277 entre o Curitiba e o Litoral; ou a Ecocataratas, não teriam mais obras de duplicação para realizar. Cabe a elas só a manutenção e pequenas obras, para devolver as concessões ao poder público em 2021”, afirma.
O deputado ressalta ainda que o momento econômico é absolutamente desfavorável para falar em novas concessões, com inflação e juros em alta, e crédito escasso, além das principais empreiteiras do País em dificuldades financeiras em razão do envolvimento em denúncias de irregularidades investigadas pela operação Lava Jato e outras ações do Ministério Público e da Justiça. “Novas concessões nesse cenário implicariam em tarifas altas, em prejuízo para os usuários, empresas e produtores rurais”, diz.
Luersen destaca que no ano passado participou da articulação de um documento assinado por 27 deputados estaduais, encaminhado à presidente Dilma Rousseff e ao ministro dos Transportes, pedindo que não houvesse prorrogação das concessões. “Queremos que ao fim dos atuais contratos, o governo promova nova licitação para um pedágio de manutenção, com tarifas baixas”, defende.
O parlamentar também lembra que tanto o Tribunal de Contas da União, quanto o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas do Estado já recomendaram a revisão das tarifas cobradas atualmente. E que os deputados estaduais proporam um projeto de lei que prevê que qualquer nova concessão ou prorrogação de contratos deveria ser condicionada a realização de um plebiscito popular. “Assim, caberia à população decicir o que é melhor”, considera Luersen.


Matéria de responsabilidade da assessoria do deputado Nelson Luersen

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