O deputado estadual Nelson Luersen (PDT) defendeu que o governo do Estado faça obras emergenciais de melhorias da rodovia PR-280 Realeza (Marmelândia) e Palmas (Trevo de Horizonte), na região Sudoeste do Paraná, antes de pensar em privatização e criação de novos pedágios. Para Luersen, implantar novos pedágios em um momento de crise econômica nacional e internacional fatalmente resultaria em tarifas caras, já que os juros estão em alta e o crédito escasso. Além disso, a implantação do pedágio com tarifas altas reduziria o volume de tráfego, já que muitos caminhoneiros e transportadoras que usam essas rodovias da região para fugir dos pedágios da BR-277 até Curitiba deixariam de passar por ali, ou usariam estradas alternativas, o que também impactaria de forma negativa na concessão.
O parlamentar lembra que a Assembleia Legislativa já aprovou a destinação de R$ 86 milhões para obras de infraestrutura rodoviária no Sudoeste, no Orçamento do Estado para 2016. E que o governo tem dito que em razão do ajuste fiscal promovido desde 2014, com aumento de impostos e corte de benefícios de servidores, o Estado teria para este ano uma sobra de caixa de R$ 3 bilhões para investimentos, sendo boa parte para obras rodoviárias.
“Pedágio a gente sabe como começa e não sabe como termina. O momento atual é péssimo, e muito parecido com a década de 90, quando foram licitados as atuais concessões de rodovias no Paraná, que resultaram em tarifas incompatíveis com a realidade da economia, prejudicando desde a dona de casa até o pequeno produtor rural e os empresários”, analisa Luersen.
Na avaliação do parlamentar, na conjuntura atual o melhor caminho seria o governo promover obras de melhorias nas estradas da região com recursos próprios, com implantação de terceiras faixas nos trechos mais críticos e de maior movimento, além de trincheiras e alças de acesso às cidades cortadas por essas rodovias. E futuramente, com a melhoria do cenário econômico, e somente após ampla discussão com a sociedade organizada e o setor produtivo através de audiências públicas, pensar em um pedágio de manutenção, com preço compatível com a realidade da economia local.
O deputado lembra que recentemente o governo federal lançou concessão de um trecho de 460 quilômetros formado pelas BRs-476/153/282/480, que atravessam o Paraná e Santa Catarina, ligando a Lapa a Chapecó – conhecido como “Rodovia do Frango” - com preço máximo para a tarifa de pedágio de R$ 13,40 a cada trecho 100 quilômetros. No final do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu o leilão de concessão, entre outros motivos, em razão do alto preço da tarifa.
Para Luersen, o mesmo pode acontecer com os planos de privatização do corredor de transporte no Sudoeste do Paraná, que atende não só a região, como todo o Estado, e as exportações que vêm de outros estados das regiões Centro-Sul do País em direção ao Porto de Paranaguá. “Essa rodovia, se for pedagiada, haveria uma redução de no mínimo 50% do tráfego, o que obrigaria a implantação de uma tarifa mais alta, prejudicando a economia”, prevê. “Sabemos que existe a necessidade de duplicação. Mas há uma precipitação por parte do governo em privatizar as rodovias em uma conjuntura totalmente desfavorável, sem discutir com a sociedade. Corremos o risco de repetir os erros das concessões feitas na era Lerner, que resultaram nas mais altas tarifas de pedágio do País”, alerta o deputado.


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