Assessoria - A reunião mensal da governança do Plano de Desenvolvimento Regional Integrado do Sudoeste do Paraná (PDRI) coordenado pela Agência Regional de Desenvolvimento deu continuidade aos debates sobre conceituação e definição da matriz logística regional iniciados na reunião do mês passado. A idéia é criar os caminhos a serem seguidos para avançar nos projetos aeroviários e rodoviário da região.
A pauta foi embasada nos estudos sobre a necessidade de investimento em logística na região e o porquê da defesa dos projetos já existentes. A reunião ocorreu na última terça-feira (7) no auditório do Sebrae em Pato Branco com representantes da Amsop, UFFS, UTFPR, prefeituras, câmaras municipais, Sest/Senat, DER, Sebrae, empresários e técnicos.
Com base no que foi apresentado o diretor da Agência Célio Boneti comentou que na reunião do mês de junho foi sugerido a elaboração de um documento que sistematizasse tudo o que já se debateu e se propôs sobre o modal transporte regional (rodoviário, ferroviário e aeroviário). A partir disso será feito então um levantamento técnico sobre as prioridades das rodovias da região e o que seria necessário implantar, bem como a questão do transporte aéreo.
Com este material as lideranças teriam como defender as carências urgentes frente aos governos até que seja definido o futuro de alguns trechos, como o da caótica rodovia PRT 280. Para este levantamento será solicitado auxílio do engenheiro Weimar Freira da Rocha Junior, que explanou sobre a deficiência em infra-estrutura viária da região durante a reunião do mês de junho, do PDRI.
Foi consenso entre os presentes que de posse do documento se deve realizar amplo debate na região através de seminários nas cinco sub-regiões e regional. Um grupo da governança vai se reunir com Rocha para definir o levantamento.
Diagnóstico rodovias
A decisão da governança em discutir com Rocha Junior um levantamento mais preciso ganhou força depois que o engenheiro-chefe do DER de Francisco Beltrão Roberto Machado dos Santos apresentou estudo feito pela RMF Engenharia e Planejamento, a pedido do Movimento Pela Modernização das Rodovias do Sudoeste.
Santos relatou como foi feito o estudo, desde a pesquisa feita com a população regional, e pontuou que as solicitações estão ligadas a terceira pista, duplicação de trechos, acostamentos e manutenção dos trechos. Constatou que a preocupação dos usuários está vinculada aos investimentos e pouco em educação de condutores na pista.
Observou que o fluxo de veículos pode melhorar bem se for implantadas terceiras-faixas, melhorar curvas, acostamentos e sinalização, descartando a necessidade de duplicação. Segundo Santos o estudo afirma a necessidade de intervenção na PRT 280 para investimento. Entre Francisco Beltrão e Renascença são cerca de 9 mil veículos por dia e deve chegar a 14.500 por dia em 2021.
O engenheiro lembra que devido a topografia e relevo da região as rodovias foram construídas com muitas curvas diminuindo consideravelmente os pontos de ultrapassagem. Outra ponderação é a necessidade do contorno em Marmeleiro, ligando à Francisco Beltrão para tirar o fluxo do meio da cidade.
Lembrou que o DER tem um estudo do corredor Sudoeste solicitado em 2012, mas as licitações para o projeto não avançaram. De acordo com Santos o DER ainda estuda qual a melhor proposta para a PRT 280, que vai entre criar programa de terceira faixa, privatizar, federalizar, ou implantar o Programa Público Privado (PPP).
Sítio aeroviário
Na oportunidade a governança também ouviu os argumentos do empresário beltronense Edson Flessak sobre a necessidade de manter viva a bandeira em defesa da criação do sitio aeroportuário no município de Renascença. O assunto voltou a entrar na pauta do PDRI após o anúncio do governo federal da possibilidade de recursos pelo PAC 2 para aeroportos regionais.
Flessak, que atua nessa iniciativa de forma voluntária já que é amante de tudo que é ligado a aviões, explicou que dentro do contexto global de aeroporto de cargas o País terá que criar um novo terminal urgente. A capacidade de Viracopos e Cumbica (únicos no Brasil) estão no limite. Como estima-se um crescimento no serviço na ordem de 10% ao ano, logo terá que haver um terceiro terminal. “Se o Brasil terá que criar um novo sitio aeroviário, porque não pode ser no região”! perguntou. Citou que outros estados, ou regiões podem até defender a mesma proposta, mas o fato do Sudoeste estar adiantado nos estudos facilita muito.
Constatou que a demanda de cargas não precisa da capacidade local, pois vem de outros estados, e com a presença da estrutura as empresas passam a utilizar em maior volume. “É um aumento natural. Se estiver aqui as empresas vão utilizar o terminal”, afirmou. Citou ainda o exemplo de Jaguaruna-SC que iniciou as discussões do aeroporto no mesmo período que a Amsop, e que recentemente conseguiram atrair investimentos na ordem de R$ 70 milhões para o projeto.