Bem Paraná - Os deputados estaduais votaram e aprovaram nesta quarta-feira (29) por 31 votos favoráveis e 20 contrários o projeto 252/2015 que reestrutura financeiramente a Paraná Previdência. A votação ocorreu após o conflito ocorrido do lado de fora da Assembleia Legislativa, quando policiais militares jogaram bombas de efeito moral, sprays de pimenta e balas de borracha para conter os manifestantes – que pretendiam entrar no prédio e ocupar as galerias para assistir as votações.
Diante da violência lá fora, várias vezes os deputados pediram para que a votação fosse adiada. No entanto, o presidente Ademar Traiano (PSDB) foi irredutível e decidiu continuar a sessão plenária. “A sessão plenária está segura. O que está acontecendo lá fora não é de nossa responsabilidade”, declarou ele. O deputado Elio Rusch (DEM) também foi favorável à continuidade da sessão plenária: “a ordem tem que prevalecer acima de tudo”, disse.
A sessão chegou a ser suspensa por dez minutos, mas foi retomada em seguida. A tensão do lado de fora durou mais de três horas. “Estamos manchando com sangue a história do Paraná. Eu não participarei disto, eu não vou me manchar com isto!”, esbravejou o deputado Nereu Moura (PMDB), na tribuna da Casa. Terícilio Turini (PPS) disse que se sentia envergonhado pela continuidade da votação mesmo diante do sofrimento de dezenas de servidores que esperavam ação diferente dos parlamentares.
“Conseguiram votar aqui o projeto, mesmo com todas as manifestações dos servidores públicos. Este é um momento triste. A que preço votaram isso? A que custo?”, questionou o deputado Tadeu Veneri, líder da Oposição na Assembleia Legislativa, falando sobre os feridos do lado de fora.
O pivô — O projeto aprovado ontem propõe a migração do Fundo Financeiro, que é custeado pelo Tesouro do Estado, para o Fundo Previdenciário de 33.556 beneficiários, entre aposentados e pensionistas, que possuírem 73 anos ou mais até 30 de junho de 2015. Com isso, os recursos usados para pagar esses aposentados e pensionistas, que somam R$ 142,5 milhões mensais, poderão ser direcionados para outras áreas. A expectativa é economizar R$ 1,5 bilhão anualmente.

Foto: Os deputados estaduais votaram e aprovaram ontem por 31 votos contra 20 o projeto 252/2015 (foto: Pedro Oliveira/Alep).