AEN - O Governo do Paraná lançou nesta quarta-feira (30/04) a campanha de vacinação contra a febre aftosa. Nesta primeira fase, é obrigatória a vacina em todos os animais bovinos e bubalinos jovens, de zero a 24 meses, que representam cerca de 45% do rebanho paranaense. Os produtores devem vacinar os animais até o dia 31 de maio.
No lançamento da campanha, realizada na fazenda Sol Poente, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, o governador Beto Richa fez a vacinação do primeiro animal e destacou que a garantia da sanidade do rebanho paranaense, por meio da vacinação, possibilitou a retomada da exportação da carne produzida no Estado. “Com este trabalho conseguimos conquistar a confiança de mercados internacionais, como o da Rússia, que é muito exigente”, afirmou Richa.
O início da vacinação foi acompanhado pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, e o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Afonso Kroetz, do assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ronei Volpi, e prefeitos dos municípios da região.
“Hoje, com responsabilidade, diálogo com os produtores e um trabalho efetivo de defesa à sanidade animal, estamos garantindo qualidade aos produtos de nosso Estado”, afirmou Beto Richa. “Já temos quatro frigoríficos credenciados para exportar a carne para aquele país e essa abertura vai contribuir ainda mais para conquistar novos horizontes para os produtos do Estado”, ressaltou o governador.
Foram nove anos de embargos à exportação da carne bovina ao país europeu. Em maio do ano passado, o governador Beto Richa esteve na Rússia e tratou da questão do mercado para os produtos paranaenses em encontro na Embaixada do Brasil. A ação do governador abriu caminho para a visita técnica feita, depois, pelo secretário Norberto Ortigara, o presidente da Adapar e o representante da Faep. Em fevereiro último, o serviço veterinário russo habilitou frigoríficos paranaenses à exportação.
O governador lembrou que a primeira iniciativa que confirmou a preocupação do governo estadual com a sanidade animal e vegetal foi a criação e estruturação da Adapar. “Agora estamos com um concurso aberto para a contratação de mais de 200 agentes, entre veterinários, agrônomos e técnicos agrícolas para garantir uma estrutura maior, a fim de que possamos conquistar o status de estado livre da febre aftosa sem vacinação”, afirmou Richa.
COMPROVAÇÃO - A previsão é que sejam vacinados 4,25 milhões de cabeças de animais jovens, o que corresponde a 45% do rebanho atual do Paraná, estimado em 9,4 milhões de animais, entre animais jovens e adultos.
Até o final da campanha, o produtor deve efetivar a compra do medicamento, fazer a aplicação e a comprovação da vacinação do seu rebanho. Na segunda etapa, em novembro, será obrigatória a vacinação para 100% do rebanho.
ÁREA LIVRE - O secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, ressalta a importância da vacina para garantir que o Estado continue sendo uma área livre da febre aftosa. “A dose da vacina é bem barata, se comparada ao grande prejuízo que um animal não vacinado pode trazer a toda economia do Paraná e de todo o País”, disse ele.
O Paraná é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como Área Livre de Febre Aftosa ao lado de outros 14 estados, o Distrito Federal e a região centro-sul do Pará. “Trabalhamos com os demais estados para construir um ambiente favorável à eliminação dessa técnica de manejo. Queremos conquistar um novo padrão de reconhecimento internacional, de área livre da aftosa sem necessidade de vacinação, por isso é importante que todos os criadores imunizem seu rebanho”, explicou Ortigara.
Devido ao alto poder de difusão do vírus da febre aftosa, os países e áreas livres de febre aftosa estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com febre aftosa. Assim, basta apenas um foco desta doença (uma propriedade atingida) para haver restrição ao mercado internacional, e até mesmo ao mercado nacional, já que animais e produtos de origem animal ficam proibidos de serem comercializados para países livres ou áreas livres de febre aftosa. Essas barreiras têm efeitos negativos sobre a pecuária e na economia do país, com graves consequências sociais.
O produtor Nelson Zonato, dono da Fazenda Sol Poente, onde foi lançada a campanha, destaca a importância de cada um fazer a sua parte na imunização dos animais. “É importante essa conscientização que o Governo do Estado tem feito, porque o pequeno produtor acompanha quando o exemplo vem de cima e todos trabalham para manter o Paraná livre dessa doença”, afirmou.
VALIDADE DE UM ANO - A imunização por faixa etária ocorre desde 2009, quando foi alterado o sistema de vacinação no Paraná. A imunização tem a validade de um ano e a taxa de efetividade da vacina é de aproximadamente 95%. Assim, como o animal mais novo não recebeu muitas vacinas desde que nasceu, recebe duas doses anualmente para evitar o risco de estar entre os 5% de exceção.
O presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, explicou que a primeira dose da vacina também contribui para garantir a eficácia da segunda dose. “A primeira etapa é para os animais mais sensíveis e suscetíveis à doença. Eles são vacinados neste período justamente para induzir a produção de mais anticorpos, que fortalecem a imunização até a idade adulta, quando passam a receber apenas uma dose por ano”.
Kroetz também orienta sobre a forma correta de aplicar a vacina nos animais. “Após comprar a vacina, é importante mantê-la refrigerada e aplicar o quanto antes nos animais, desde que eles não estejam estressados e que isso não seja feito nas horas mais quentes. A dose precisa ser aplicada com todo o cuidado para que eles respondam bem à vacinação. Não basta aplicar a vacina de qualquer jeito e achar que o animal está protegido”, ressaltou.
PELA INTERNET - Para facilitar o processo de comprovação da vacina, que é obrigatório a todos os produtores, a Adapar oferece o sistema on-line de cadastro. Pela internet será possível declarar informações do rebanho, como a quantidade de animais existentes e vacinados, a quantidade de doses aplicadas, o laboratório em que a vacina foi adquirida e a sua validade.
O produtor que preferir o método tradicional poderá fazer a comprovação da vacinação do seu rebanho nas unidades locais de Sanidade Agropecuária, distribuídas pelo Estado.
A vacinação e a comprovação do rebanho são obrigatórias para todos os produtores. Quem não vacinar ou não comprovar a vacinação por meio de nota fiscal de compra da vacina será multado em R$ 112,92 por cabeça não vacinada. Além disso não poderá obter a Guia de Trânsito Animal (GTA) que permite o transporte dos animais para várias finalidades.
Participaram do lançamento da campanha o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Rubens Ernesto Niederheitmann, os prefeitos de Campo Magro, Louvanir Menegusso; de Quitandinha, Márcio Neri; de Pontal do Paraná, Edgar Rossi; de Doutor Ulysses, Josiel dos Santos; de Itaperuçu, Neneu José Artigas, e de Cerro Azul, Claudinei Braz. Também estiveram presentes o comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Monteiro, e os deputados estaduais Alexandre Khury, Rasca Rodrigueis, Ney Leprevost e Osmar Bertoldi.