G1 - Os professores e servidores da educação pública do Paraná deixaram a reunião realizada nesta quarta-feira (25) com o governo estadual, no Palácio Iguaçu, em Curitiba, com a garantia da Casa Civil de que a categoria terá todos os direitos mantidos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). A greve, no entanto, continua até que o comando convoque assembleia estadual e decida pelo retorno às aulas.
Os líderes dos professores ressaltaram que houve avanços na negociação com os representantes do governador Beto Richa (PSDB) e que, por isso, marcaram uma reunião interna para a manhã da quinta-feira (26).
O objetivo é analisar as propostas feitas pelo governo e decidir se convocam ou não a assembleia.
"A Casa Civil se comprometeu e garantiu que nenhuma proposta que mexa nos direitos da categoria será enviada à Alep [Assembleia Legislativa do Paraná]. Nossa luta garantiu avanços importantes. Mas ainda existem itens que são impasses. Vamos fazer o balanço e tomar decisões em conjunto", discursou o presidente do sindicato, Hermes Leão.
De acordo com Leão, o governo se comprometeu a pagar o terço de férias em parcela única, em março, convocar os professores que passaram em concursos e não estavam trabalhando - mais de 5 mil e reduzir o número de alunos por sala de aula respeitando o limite, que é de 35 alunos no ensino fundamental e 40 alunos no ensino médio. O plano de progressões e promoções, no entanto, ainda não tem data definida para ser pago e pode ser o principal entrave para o fim da greve, diz o sindicalista.
O líder da base de apoio a Richa na Assembleia, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), afirmou que o governo entrou em acordo com os professores e atenderá todas as reivindicações deles. Ele diz esperar pelo fim imediato da greve.
"Essa foi uma conquista histórica dos professores. Conseguimos avançar muito. O governo atendeu tudo o que a categoria reivindicava. Nossa expectativa é que os professores, reunidos em assembleia, decidam pelo fim da greve. O governo do Estado estará preparado para o reinício das aulas", afirmou o deputado.
O peemedebista garantiu ainda que, de agora em diante, nenhum projeto relacionado à educação será enviado à Assembleia Legislativa sem discussão prévia com a APP-Sindicato. "Professores e servidores têm assegurado o pagamento dos quinquênios e anuênios e não irão perder nenhum direito adquirido", prometeu o parlamentar.
Passeata
Milhares de professores e servidores participaram de uma marcha no Centro de Curitiba, na manhã desta quarta-feira. A Polícia Militar (PM) informou que a manifestação chegou a ter 10 mil pessoas. A estimativa do sindicato é de que, ao todo, 45 mil servidores foram às ruas da capital.
A marcha, conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) foi organizada com dois roteiros simultâneos, divididos entre servidores da Região Metropolitana de Curitiba e da capital, na Praça Rui Barbosa, e os funcionários do interior, que seguiram pelas avenidas Marechal Deodoro, Marechal Floriano, Praça Tiradentes até o Centro Cívico.
Greve
Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas desde o dia 9 de fevereiro, quando o ano letivo deveria ter iniciado nas escolas da rede estadual. Governo e trabalhadores já se reuniram duas vezes para traçar um acordo, que, apesar de avanços elencados por ambas as partes, ainda não ocorreu.
Desde o início da greve, vários servidores estão acampados no Centro Cívico, onde fica a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Palácio Iguaçu. Eles chegaram a invadir o Legislativo quando deputados tentaram aprovar em apenas um dia um pacote de medidas de austeridade que poderia mexer com benefícios dos servidores. Os projetos foram retirados pelo governo para revisão.

Foto: Sindicato convocará assembleia para definir sobre o fim da greve (Foto: Sabrina Coelho/ G1)