AEN - O secretário Estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse segunda-feira (9) que o governo estadual apoia os produtores paranaenses de mandioca, que vivem momento de crise, por causa da queda nos preços do produto. O governo apoiou movimento que os produtores fizeram nesta segunda-feira na PR-323, em Umuarama, no Noroeste do Estado, para chamar a atenção sobre a situação do setor.
Ortigara defendeu que seja elevada a mistura da fécula de mandioca na farinha de trigo, como meio de se ampliar o apoio aos produtores de mandioca. A medida ajudaria a enxugar a oferta de raiz e, por consequência, repercutir no preço do produto.
A medida também beneficiaria os moinhos de trigo, que ficariam menos dependentes de importação, disse Ortigara. O secretário também sugere a compra de fécula para fabricação de pães e biscoitos para serem vendidos no Programa de Aquisição de Alimentos PAA, do governo federal.
2 MIL PRODUTORES Nesta sdegunda-feira Os produtores encaminharam uma pauta de reivindicações ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em que pedem medidas urgentes na área tributária para recuperar a competitividade das empresas fabricantes de fécula (que é o principal derivado da mandioca), no mercado internacional.
De acordo com o chefe do núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em Umuarama, José Antônio Duarte, na região de Paranavaí, Umuarama e Cianorte são cerca de 2 mil produtores, responsáveis por 80% da mandioca produzida no Paraná, que estão acumulando prejuízos em torno de R$ 3 mil por alqueire nos últimos meses.
Juntas, as três regiões produzem 3,7 milhões de toneladas de mandioca em área de 156 mil hectares, aproximadamente. O preço mínimo de garantia do governo federal está fixado em R$ 0,32 por grama de mandioca, mesmo preço pago pelas indústrias. Mas os custos de produção já estão em R$ 0,45 por grama de mandioca, explica Duarte.
CARGA TRIBUTÁRIA - Na pauta encaminhada ao governo federal, os produtores pedem reajuste no preço mínimo de garantia e retirada dos tributos das indústrias para que elas tenham mais competitividade ao exportar o produto. Com isso, poderão remunerar melhor os produtores, disse Duarte.
Por causa da carga tributária elevada o custo da fécula de mandioca para exportação no Brasil estava em torno de US$ 1.000 por tonelada, em 2014, enquanto o Paraguai coloca o produto no mercado internacional por US$ 700 A tonelada e a Tailândia, por US$ 600 a tonelada. Daí a dificuldade das indústrias em exportar o produto e absorver a matéria-prima que vem do campo, explicou.
Foto: Secretário da Agricultura, Norberto Ortigara.Foto: ANPr